O regime de câmbio flutuante é a primeira linha de defesa da economia brasileira contra choques externos, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Apesar disso, o presidente da autoridade monetária do Brasil disse que “intervenções esterilizadas” complementam a política de câmbio flutuante para suavizar o movimento da taxa.

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“Naturalmente, em um contexto de ingressos generosos de capitais estrangeiros, como observamos no período pré-crise, a política de câmbio flutuante é complementada por intervenções esterilizadas, com o objetivo de suavizar o movimento da taxa de câmbio, sem interferir na sua tendência”, disse Tombini. O presidente do BC, contudo, ponderou que em períodos de ingresso excepcionalmente intenso e vultoso de capitais estrangeiros, como entre 2010 e 2012, a autoridade monetária recorreu a medidas macroprudenciais.

A acumulação de reservas também tem papel importante na política do BC, acrescentou Tombini. “A política de acumulação de reservas também é um pilar desse nosso arcabouço, com aquisições de divisas quando as condições de mercado são favoráveis”, disse. Segundo ele, foi isso que permitiu a formação de um “colchão” de divisas, atualmente próximo aos US$ 380 bilhões.

“Isso se mostrou extremamente importante, principalmente em momentos de maior volatilidade nos mercados financeiros internacionais, como o observado logo após os primeiros sinais de início da normalização das condições monetárias nos Estados Unidos”, afirmou Tombini.

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‘Forward guidance’.

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O uso de instrumentos não convencionais como o “forwad guidance” e os balanços dos bancos centrais fará parte das discussões das autoridades monetárias globais após o período de transição atual, acrescentou o presidente do BC, em discurso de encerramento do XVI Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio.

Tombini destacou o consenso de que a estabilidade de preços no longo prazo continua sendo o principal objetivo dos bancos centrais. E que tal estabilidade é condição necessária para a estabilidade macroeconômica. Mas acredita que haverá discussão sobre a continuidade do uso de outras ferramentas que tiveram papel importante após a crise de 2009.

Para Tombini, o forward guidance tem sido importante para ancorar expectativas de política monetária e pode representar mais uma etapa no processo de aperfeiçoamento da comunicação dos bancos centrais. O mesmo não vale para o uso dos balanços dos Bcs. “Em relação à utilização do balanço do banco central, eu, particularmente, sou um pouco mais cético, pois identifico alguns riscos. O principal deles o risco financeiro que esse instrumento impõe ao balanço”, explicou.