O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ressaltou que o “BC está aparelhado para manter a estabilidade monetária à frente”, como já vem desempenhando. “Em havendo alguma ou outra distorção, vamos trabalhar para corrigi-la”, destacou.

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Tombini ressaltou que o BC está atuando desde abril do ano passado, num processo de alta de juros que já elevou a Selic em 375 pontos-base. “Temos trabalhado para a inflação permanecer sob controle, com convergência à meta”, destacou. Ele lembrou que na política monetária os “impactos são cumulativos e têm defasagens até tocar de forma mais visível na inflação.” “Temos que perseverar nosso trabalho de assegurar a estabilidade”, destacou o presidente do BC.

O presidente do BC diz que tem visto “algum progresso” e que a inflação deve continuar recuando. “Estamos trabalhando para trazer a inflação para um nível mais baixo”, alegou. Ele foi perguntado se a inflação não estaria elevada demais, pois aparentemente o teto de 6,5% teria se tornado a meta. Tombini foi enfático em sua resposta. “Não há nada que nos leve a ter uma inflação no Brasil no teto da meta”, disse. “Não há nenhuma predestinação a termos inflação mais alta que o centro da meta”, ponderou. Ele explicou que a política monetária tem enfrentado desafios, como um mudança de preços relativos e o choque de alimentos.

Os comentários foram feitos em evento que celebra os 55 anos da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, que ocorre em São Paulo.

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Flexibilidade

Tombini afirmou que BC tem sido uma voz nas discussões internacionais e que tem colocado a ideia de que esse processo de normalização da economia deve ser flexível, “no sentido de que se a economia não está se recuperando, pode ser ajustada ao longo do processo”, afirmou.

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Ele disse ainda ver a situação da economia norte-americana em “condições melhores” atualmente. “E as informações apontam para recuperação mais firme”, afirmou. Ele ressaltou também a situação europeia e disse que apesar do cenário de recuperação não ser homogêneo e ainda ter riscos, há uma perspectiva de crescimento positivo para este ano. “(os riscos) podem trazer alguma volatilidade, mas a economia europeia mostra recuperação maior”, afirmou.

Laços

Tombini afirmou que as economias do Brasil e da China intensificaram muito os seus laços nos últimos anos e que a economia brasileira é relativamente fechada. “As exportações brasileiras para a China compõem cerca de 17% do total, isso representa menos de 2% do PIB brasileiro”, disse.

Segundo Tombini, a China é um ponto de observação importante, pois cresce em torno de 7% a 7,5% e vive uma transição interna do lado da oferta, “para uma economia com mais ênfase no consumo”. “A China crescendo 7% hoje contribui mais com o crescimento mundial do que no início deste século, quando crescia 10%”, afirmou. “Isso é uma boa notícia.”

O quadro internacional de uma forma geral, segundo Tombini, é liquidamente positivo, pois a economia global vai crescer no futuro e haverá mais comércio internacional. “Há perspectiva de que o comércio internacional crescerá em torno de 4% neste ano e de 5,5% em 2015”, afirmou.

Tombini argumentou que o Brasil tem uma capacidade de enfrentamento neste cenário, pois acumulou, nos últimos dez anos, um colchão de liquidez de US$ 378 bilhões. “E temos liquidez em moeda local, em depósito compulsório, na faixa de R$ 400 bilhões.” Segundo ele, as reservas foram estratégias adotadas pelo País “não só para aproveitar os bons tempos, mas para se preparar para os tempos mais difíceis”.