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Tomate é o vilão.

Com alta de 6,85%, o tomate voltou a ser o vilão da cesta básica em Curitiba no mês passado. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), o custo da alimentação essencial teve variação de 0,65% em abril, elevando o gasto por trabalhador para R$ 296,69. A cidade aparece em 11.º lugar no ranking das 18 capitais pesquisadas tanto em variação percentual quanto em valor. Para uma família de quatro pessoas, a despesa mensal com comida subiu para R$ 890,07.

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Dos 13 itens monitorados pelo Dieese, seis aumentaram os preços no mês passado. De acordo com o economista Fabiano Camargo da Silva, do Dieese-PR, a alta do tomate foi influenciada pela questão climática. “A chuva e o frio afetam a produtividade e a qualidade, reduzindo a oferta”, explica. O clima também contribuiu para o reajuste de 4,30% no quilo da banana. Já o leite encareceu 3,77%, motivado pela redução da oferta. A batata, vilã em março, aumentou 2,56%, refletindo a redução da área plantada. Farinha de trigo (2,55%) e pão (1,46%), por sua vez, ficaram mais caras em função da redução da safra nacional e na Argentina.

Deflação

Conforme o economista, apesar destas elevações, o custo da cesta não subiu tanto no mês passado porque vários itens de peso significativo apresentaram queda. “O feijão subiu na maioria das capitais, mas em Curitiba caiu 1,82%. A carne já vinha em tendência de queda e reduziu 2,06%. O arroz, com a entrada da nova safra, barateou 2,64%. O óleo de soja, com a safra recorde, diminuiu 5,36%. E o açúcar, com aumento da produção, teve queda de 9,45%”, cita. Café (-1,52%) e manteiga (-1,59%) também tiveram deflação.

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Aposta na estabilidade

No ano, a cesta básica da cidade acumula alta de 9,35% – contra 0,29% em igual período de 2012. Nos últimos 12 meses, a variação é de 18,98% – ante 1,15% no mesmo período do ano passado. Para maio, o economista Fabiano Silva aposta em estabilidade: “apesar da alta no preço de alguns alimentos, muitos produtos terão safra recorde, influenciando no preço final”.

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Pelos cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário para suprir as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família deveria ser de R$ 2.892,47.