O presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou hoje que o retorno da participação das térmicas a gás nos leilões de energia “é uma questão de tempo”. “Tem questões de estações de GNL (gás natural liquefeito) que eventualmente sendo construídas vão solucionar essa questão de gás”, afirmou a jornalistas ao comentar os resultados do leilão de energia nova (A-5), realizado hoje.
Um número significativo de usinas térmicas a gás natural haviam se inscrito para participar da licitação de hoje, mas esses empreendimentos não foram habilitados por causa da ausência de contratos de fornecimento de gás. A Petrobras, que seria a fornecedora dos insumos para os projetos, disse que não os forneceria porque ainda não sabia qual seria a disponibilidade de gás para o período de duração dos contratos, com prazo de 20 anos. “Não cabe a mim dizer quando (as térmicas vão voltar aos leilões). A Petrobras é que tem que dizer. Conversamos com Petrobras e achamos que em algum momento teremos essa térmica a gás de volta, e acho que não vai demorar muito”, disse.
Tolmasquim acrescentou que o fornecimento de gás também pode vir de outros agentes. Ele citou projeto térmico que recentemente conseguiu vender energia em leilão e que tinha fornecimento próprio de gás, em uma referência à térmica da MPX, que tem gás fornecido pela OGX. “E além desse tem outros (fornecedores de gás) que são sócios da Petrobras inclusive em poços que não têm gás.”
Ele também indicou a possibilidade de algum agente construir uma estação de GNL. “Estamos em uma situação em que as termelétricas que temos no sistema permitem dar a complementação (à matriz hídrica) que a gente precisa. Não é um ou dois anos que cria problema”, completou.