O presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), anunciou que os trabalhos serão retomados às 9h30 da próxima terça-feira, 9, com a votação de pelo menos 11 destaques restantes que podem modificar o texto-principal. O peemedebista disse que a invasão da quarta-feira, 3, por agentes penitenciários foi uma “interrupção indevida”, que não ajuda na tramitação da matéria e que, “na marra”, os agentes não conseguirão ver seu pleito atendido.

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“Na marra não vai, não é possível. A liberdade do voto parlamentar é condição imprescindível para a existência do Estado de direito”, disse Marun.

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O parlamentar afirmou que é favorável a aposentadoria especial para agentes penitenciários, que existe similaridade na atividade desses profissionais com os policiais legislativos, mas enfatizou que considera inaceitável a forma como a demanda foi feita. Na avaliação do deputado, a invasão atrapalhou o pleito da categoria. “Se as coisas se acalmarem, vejo caminho para que isso no plenário tenha resultado favorável”, declarou.

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Marun disse que os deputados não podem ser “coagidos” por categorias. “Parlamentar não pode ter temor. Se tiver, está na atividade errada”, afirmou. Ele destacou, no entanto, que é preciso avaliar a questão da segurança na Câmara durante as votações, embora tenha dito que não sabe se na quarta houve falha no esquema de segurança. Ao deixar a comissão na quarta, Marun foi para casa acompanhado de seguranças.

O presidente da comissão considerou que a comissão avançou muito ao aprovar o texto-base, mas lamentou que a “ilegalidade” interrompeu os trabalhos. “A satisfação se transformou em tristeza e indignação”, comentou. Questionado sobre a questão da segurança, o peemedebista disse que agora precauções são bem-vindas porque o que ocorreu na quarta-feira “não poderia ter ocorrido”.

Marun disse que a expectativa na terça-feira é derrotar a maioria dos destaques e manter a essência do texto-base da reforma Previdenciária. Quando houve a invasão, os parlamentares estavam votando um destaque e ele admitiu ter dúvidas se aquela votação valeu, ou seja, podem ter sobrado 11 ou 10 destaques.

Ele acredita que o adiamento da conclusão dos trabalhos na comissão por dois ou três dias não vão reduzir a mobilização da base porque todos sabem que a reforma “é necessária”. O deputado disse que a definição da data da votação no plenário será decidida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em conjunto com os líderes partidários.