São Paulo – O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, disse ontem que o sistema bancário brasileiro caminha rapidamente para seu desenvolvimento pleno. Segundo ele, em, no máximo, dez anos, o Brasil alcançará a condição de mercado financeiro maduro, com praticamente 100% da população bancarizada, com conta corrente, algum tipo de financiamento e pelo menos um cartão de crédito.
?Os próximos dez anos serão fundamentais para o amadurecimento do sistema financeiro brasileiro?, afirmou Cypriano. Desde 2000, o sistema absorveu uma média de 9 milhões de novas contas por ano. Hoje, supera a marca dos 100 milhões de contas. Em cartões de crédito, a evolução foi de 7 milhões de novos usuários por ano e hoje o total de plásticos chega a perto de 80 milhões.
?Vamos dinamizar ainda mais esse crescimento impulsionados pela volta dos investimentos e a criação de empregos?, previu Cypriano, que encerra hoje mandato de três anos à frente da Febraban e transmite o cargo, em solenidade no início da noite, para Fábio Barbosa, do ABN Amro. ?Foram três anos positivos, onde os bancos confirmaram sua solidez e apresentaram uma forte expansão do crédito, da rentabilidade e da eficiência.?
Os indicadores mostram, para Cypriano, que o sistema bancário brasileiro tem muito a crescer, principalmente em crédito e bancarização. ?Se a economia confirmar-se exuberante para os próximos anos, vamos alcançar condição de país G7 em termos de atividade bancária?, disse.
Esse avanço será resultado natural do crescimento da economia a taxas elevadas, por anos seguidos, quando novas pessoas serão incorporadas ao mercado de trabalho, com aumento do nível de renda. ?Já sentimos uma reação na disposição dos clientes em reflexo a um ambiente de maior confiança na economia?, afirmou Cypriano.
O momento positivo para ocupar espaços no mercado brasileiro levou o Bradesco a lançar um ousado programa de expansão, que prevê a conquista de 2,5 milhões de novas contas. ?Acredito na superação dessa meta?, disse Cypriano. ?A economia está crescendo e a tendência é a entrada de mais pessoas no consumo de serviços bancários.?
Cypriano lembrou que, em três anos à frente da Febraban, o Brasil apresentou uma grande evolução em seus fundamentos. A Selic caiu de 26% para 12,75%, a inflação veio de 9% para 3%, e o risco-País de 450 pontos para menos de 170 pontos, enquanto as reservas subiram de US$ 49 bilhões para US$ 110 bilhões. ?Os bancos, por sua vez, estão sólidos, eficientes, rentáveis e preparados para financiar o desenvolvimento brasileiro?, enfatizou.