Toda soja analisada no Porto de Paranaguá, desde terça-feira, é transgênica. É este o balanço parcial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Segundo o diretor técnico do Porto, Ogarito Linhares, cerca de 30% de todo o sistema havia sido analisado até ontem. Além da soja paraguaia e da soja brasileira -que também estava estocada em armazém paraguaio -, apresentou resultado positivo para a transgenia a soja do silo público – conhecido como Silão, com capacidade para 100 mil toneladas de soja – e da empresa Cargill. O silão conta com aproximadamente 24 mil toneladas de soja, enquanto a Cargill, 14 mil. A soja está concentrada em quatro dos nove terminais do porto e soma cerca de 70 mil toneladas em todo o sistema.
“O grosso da soja já foi detectada como transgênica. E mesmo que os testes tenham sido realizados apenas em 30%, a probabilidade de os outros 70% serem transgênicos é enorme”, aponta Linhares. “A proporção é: 5% contamina 95%”, sentencia, acrescentando não acreditar que a quantidade inicial de soja transgênica fosse alta. Ele falou sobre a possibilidade de se verificar quem são os proprietários da soja estocada, mas advertiu sobre a dificuldade em encontrar quem de fato era proprietário da soja transgênica. “Nesse caso, sai do campo operacional para o policial”, afirmou.
Quanto ao destino desta soja, ainda não há definição. “Vai haver uma discussão entre a autoridade sanitária – Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento -, o Porto e os exportadores para resolver a questão”, falou. Por enquanto, a soja está interditada. Linhares acredita que os testes devam ser feitos até domingo. “Os testes são rápidos, mas vão ficando cada vez menos produtivos à medida que são pulverizados”, ressalta.
O navio argentino “Vassilos”, com bandeira do Chipre, que chegaria hoje, ao Porto de Paranaguá, para embarcar 11 mil toneladas com destino a Itália foi cancelado e não há nova data prevista. De acordo com Linhares, não há navios programados para os próximos dez a quinze dias. “Por enquanto, não está liberado nenhuma carga para exportação, mesmo porque a soja não está com o Certificado de Qualidade de Biossegurança”, explica.
A soja que chega ao Porto – são cerca de 200 caminhões por dia – está sendo mantida no pátio de triagem. Já as cargas que chegam com Certificado de Qualidade são descarrregadas segregadamente nos armazéns.