A TMT – Motoco do Brasil, maior empresa metalúrgica de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vai demitir praticamente todos os seus 680 funcionários, que estão em férias coletivas. Desde novembro passado a empresa tenta, por meio de um plano de recuperação extrajudicial, negociar com seus credores o pagamento de uma dívida de quase R$ 200 milhões.
O motivo da demissão é que um pedido da empresa para a restruturação judicial foi deferida pela Justiça, dando para a TMT 60 dias para a submissão de um plano neste sentido. Ontem, a empresa informou, por meio de uma nota, que está notificando todos seus empregados que as operações da unidade permanecerão suspensas após o término das férias coletivas. A TMT é responsável por cerca de 1,3 mil empregos indiretos na cidade e manterá apenas 24 empregados.
A TMT afirma ainda que não foi determinado quando e como a empresa reiniciará suas atividades produtivas e, por isso, a grande maioria dos empregados terá seus contratos rescindidos na próxima segunda-feira (16). ?As obrigações salariais com todos os empregados serão pagas. Os empregados também estão sendo avisados que, se e quando a TMT voltar a operar parcialmente ou totalmente, será oferecida a oportunidade de recontratação preferencial a qualquer empregado demitido, com boa reputação?, afirma a nota.
Imbróglio
Duas instituições credoras -Unibanco e Banco Alpha -não concordaram com o plano de restruturação extrajudicial apresentado em novembro e entraram na Justiça. Com isso, o juiz não homologou o plano, mesmo com a anuência de 75% dos credores. No entanto, depois que o caso foi divulgado pela imprensa, os dois bancos voltaram atrás, e a TMT fez um apelo à Justiça para a inclusão das instituições no plano extrajudicial, o que foi rejeitado. Com isso, a empresa teve de solicitar a reestruturação judicial.
Também por meio de nota, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) informou que convocou os trabalhadores para uma assembléia na próxima segunda-feira para discutir a situação.
