Foto: Agência Brasil |
Mantega com Meirelles: estímulo a novos investimentos. |
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, na reunião de ontem, reduzir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 8,15% para 7,5% ao ano, taxa válida para o terceiro trimestre do ano. A TJLP é utilizada principalmente nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedidos à iniciativa privada.
A redução de 0,65 ponto percentual ajudará a estimular os investimentos na economia, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investimentos, segundo Mantega, ajudam a garantir um crescimento econômico equilibrado. Ele lembrou que algumas economias têm uma expansão baseada exclusivamente no consumo. Isso, segundo Mantega, acaba por gerar algum desequilíbrio na economia, em função do descasamento entre a demanda e a oferta agregada.
O ministro destacou, nesse ponto, o anúncio feito ontem pelo IBGE de que a taxa de investimento está em 20,4% do PIB. Isso demonstra que os investimentos já vêm sendo realizados. Ele lembrou que a TJLP de 7,5% ao ano é uma das menores taxas de juros de longo prazo da história. Mantega afirmou que a queda da inflação também contribuiu para a redução da TJLP.
Meta de inflação
A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) também definiu a meta de inflação para 2008 no mesmo patamar de 2007, de 4,5% com margem de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou a decisão, o governo está sendo bem-sucedido na política de controle da inflação, inclusive fazendo com que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em níveis abaixo da meta. O IPCA, medido pelo IBGE, é o índice oficial utilizando pelo Banco Central para cumprir a meta de inflação.
?A política antiinflacionária do governo Lula tem tido um sucesso pleno?, disse Mantega na entrevista à imprensa após a reunião do CMN. Segundo Mantega, a meta de inflação de 4,5% é a mais adequada para o País e a factível de ser alcançada. Segundo ele, o CMN não quer cometer o erro do passado, quando se fixava metas ambiciosas demais e que não eram atingidas.
?Isso não quer dizer que o Brasil não possa alcançar patamares menores de inflação?, disse após classificar a taxa de inflação atual de moderada e que permite ter um horizonte de planejamento de longo prazo pelos agentes econômicos. O ministro disse que o governo vai continuar fazendo uma política responsável, com vigilância permanente, dando condições para o crescimento sustentável da economia brasileira.
Credibilidade
O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que a expectativa do mercado sobre o cumprimento das metas de inflação para 2006 e 2007, consistente com a trajetória da meta, e os primeiros sinais sobre as expectativas para 2008 são o que justifica ?e dá grande peso à decisão do CMN de manter para 2008 a meta de inflação consistente com os anos anteriores?. Segundo Meirelles, ?quanto mais alta a probabilidade de a meta ser cumprida, mais crível é a política monetária e menor o custo para a sociedade manter a inflação dentro da meta?.
Segundo ele, do ponto de vista da experiência dos bancos centrais que adotam o sistema de metas, é importante a credibilidade deste regime, com os agentes econômicos e a sociedade considerando alta a probabilidade de as metas serem cumpridas. Por isso, o presidente do BC disse que o momento que o Brasil está vivendo agora é importante, porque as expectativas de mercado para 2006 e 2007 estão consistentes com a trajetória da meta, assim como os primeiros sinais para 2008 estão também consistentes com a trajetória da meta de inflação.