A operadora de telefonia móvel TIM (Telecom Itália Group) vai investir US$ 2,5 bilhões no Brasil nos próximos três anos. Só em 2004, o previsto é US$ 1 bilhão – quase 10% do valor dos investimentos estrangeiros no País, estimados pelo Banco Central em US$ 11 bilhões. Em março, a operadora respondia por 18,6% do mercado, com 9,1 milhões de clientes dos 49,1 milhões de todas as operadoras de telefonia móvel. Em junho, o número de clientes chegou à marca de 10,3 milhões.
Os números foram divulgados ontem pelo presidente da TIM Brasil, Mário César Pereira de Araújo, e pelo presidente mundial do Grupo TIM, Marco De Benedetti, durante coletiva concedida na sede brasileira da empresa, no Rio de Janeiro. De Benedetti veio ao Brasil para encontro com a comunidade financeira internacional na América do Sul. Mais de cem pessoas, entre analistas financeiros e investidores institucionais, participaram do encontro, que se encerrou ontem.
No Paraná, Santa Catarina e Pelotas (RS), a TIM é líder no mercado, com 53% de participação e 2,1 milhões de clientes até março deste ano. No país, a meta da operadora é atingir a segunda posição em número de clientes até o final do ano e, até 2006, responder por 25% do mercado.
De acordo com De Benedetti e Araújo, o Brasil representa menos de 15% de receita de todo o grupo TIM no mundo e a meta é chegar a 18% em três anos. Desde 97, a TIM já investiu cerca de US$ 6 bilhões no país. Atualmente a TIM é a segunda em receita no setor, com R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre deste ano. A expectativa, segundo De Benedetti, é que o grupo TIM atinja crescimento de 8% até 2006 – o Brasil deve responder por crescimento de 25%, enquanto a Itália, onde a operadora já é líder, de 5%. “No Brasil, o desenvolvimento da telefonia móvel é muito rápido”, apontou. O número de clientes de telefonia celular no Brasil é de mais de 50 milhões. Segundo De Benedetti, o país tem potencial de 80 a 85 milhões de usuários.
Sobre os investimentos nos próximos anos no Brasil, De Benedetti afirmou que quase 70% do montante de US$ 2,5 bilhões deve ir para a ampliação da rede. “Queremos ser a melhor escolha para o cliente”, disse.
Concorrência
“Telefonia móvel é um mercado competitivo, com operadores fortes. Mas temos nossas armas”, afirmou De Benedetti sobre a concorrência e a meta da operadora em se tornar a segunda em número de clientes no país. Ele ressaltou que o grupo tem interesse em atuar no mercado de telefonia fixa, mas não quis entrar em detalhes sobre o pedido que a operadora encaminhou ao Cade com relação a Brasil Telecom. A questão já se arrasta desde o início do ano.
Rede Edge, a banda larga do GSM
A TIM lançou comercialmente ontem a rede Edge – a primeira do Brasil. Trata-se de uma técnica desenvolvida para turbinar a velocidade de transmissão de dados por celular, criando uma verdadeira banda larga para os aparelhos GSM. A rede TIM Edge está presente no Distrito Federal e em mais 15 cidades de 13 estados, incluindo Curitiba. Até o final do ano, outras 50 cidades de vários estados deverão ser integradas à nova tecnologia.
No lançamento do serviço, a TIM está oferecendo o Nokia 6820, já à venda em lojas e quiosques próprios da operadora. O aparelho está sendo comercializado a R$ 1.599,00 no plano pós-pago e a R$ 1.799,00 no pré-pago. Outros modelos deverão estar no mercado em breve. Entre as vantagens da rede Edge estão o acesso mais rápido a e-mails, download e upload de arquivos em banda larga, navegação ágil pela internet, entre outros.
Mobile TV
O presidente da TIM Brasil, Mário César de Araújo, anunciou ontem que dentro de um mês a operadora estará lançando o mobile TV – acesso a canais de TV através do aparelho celular. Segundo ele, devem ser fechados em breve acordos com canais como a MTV, TV Senado, TV Câmara. Informou que também já está em negociação com a Rede Globo e outros canais. A cobrança, segundo ele, deverá ser através de taxa de assinatura por tempo de uso. “Sobre esta mesma plataforma poderão ser feitas aplicações bastante interessantes, como monitorar o alarme de casa através de uma webcam ou consultar o tráfego para escolher o melhor caminho”, acrescentou o presidente mundial da TIM, Marco De Benedetti.