Brasília – A pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que, enquanto os setores de alimentos, bebidas, refino e álcool tiveram, respectivamente, variação percentual de 11,1% e 22,1% na geração de emprego na comparação entre os dois primeiros meses de 2006 e o mesmo período deste ano, os segmentos de têxteis, vestuário, couros e calçados e madeira apresentaram percentuais de -2,3%, -1,4%, 0,8% e -6,4%, respectivamente, em igual período. A causa foi o impacto do câmbio valorizado para estes setores que dependem das exportações.

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?A continuidade desse processo de valorização acentuará as dificuldade que esses setores já vem tendo. Ou seja, se eles já mostram retração na produção e no emprego, muito possivelmente a continuidade de valorização do real vai acentuar essa contração de produção e emprego nesses segmentos?, acentuou o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo ele, alguns outros setores, como veículos automotores, máquinas e equipamentos, que não tiveram ganhos nem prejuízos, podem ser os próximos prejudicados se a valorização do real permanecer por mais tempo. ?Os segmentos que ainda não mostram queda, mas sofrem concorrência de produtos importados, eventualmente, podem vir a ter mais dificuldades. É difícil antecipar se vai haver aprofundamento do índice de desemprego nesses segmentos, mas que o problema cambial é grave e afeta o dinamismo da indústria em diversos segmentos, isso é um fato?.

Mesmo com o resultado negativo de alguns setores, Castelo Branco afirmou que a trajetória média de crescimento deve continuar. ?Os fatores que movem os segmentos que estão tendo desempenho positivo, demanda mundial forte e a demanda doméstica, para alguns segmentos que não concorrem com importados, vai permanecer?, finalizou.

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