A Copel pretende concluir até o final do mês os trabalhos de recomissionamento e testes da Usina Termelétrica de Araucária, atendendo à solicitação feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS para reduzir os riscos de falta de energia para atendimento ao mercado consumidor por causa do quadro de estiagem prolongada na Região Sul.
O pedido de urgência feito pelo ONS não inclui a correção dos desajustes operacionais e técnicos identificados pela Copel, que mantiveram a Usina de Araucária paralisada desde a sua inauguração, em setembro de 2002. ?Os baixos níveis de acumulação de água nos reservatórios do Sul não permitem ao ONS esperar pelos reparos?, diz o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. ?A pedido do organismo, a central ficará à disposição do sistema elétrico assim mesmo, enquanto persistir a emergência?, afirma.
Garantias
Para que a Copel não assuma o risco já conhecido de provocar alguma instabilidade na operação do sistema elétrico interligado e também não exponha a algum tipo de dano às turbinas da termelétrica por utilizar gás natural não adequado ao seu funcionamento, o seu presidente aguarda pela formalização de garantias para poder informar se e quando a Usina de Araucária poderá começar a produzir. ?Além de um compromisso do ONS, cujo pedido de urgência está nos levando a investir perto de R$ 3 milhões nesses testes e ensaios, precisamos de uma posição da Siemens, fabricante das turbinas, de que os equipamentos podem funcionar adequadamente com o gás disponível.?
Ghilardi também espera por uma manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, quanto à cobertura do custo de operação da usina e a conta pelo consumo do gás. ?Como a Usina de Araucária irá ficar à disposição do sistema elétrico brasileiro, não seria justo que só a Copel arcasse com as despesas e isso sem falar na Petrobras, que se não tiver algum tipo de garantia também não irá fornecer o gás?, argumentou.
Antecipação
Ghilardi informou que os testes e ensaios em Araucária teriam de ser feitos ?de qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde?, e que a solicitação vinda do ONS apenas antecipou a sua realização. ?Acabamos tendo a oportunidade de localizar outros problemas que ainda eram desconhecidos e, quando começarmos o trabalho de correção e ajuste, saberemos com precisão tudo o que deverá ser feito.?
O planejamento feito pela Copel para recuperar e ajustar a Usina de Araucária prevê que ela esteja em condição de operar com segurança a partir de janeiro de 2008. (AEN)