Tesouro volta a oferecer títulos pós-fixados

Brasília (ABr) – O Tesouro Nacional ofertará ao mercado financeiro, nos dias 8 e 20 de junho, letras financeiras do tesouro (LFTs) com vencimentos em 18 de março de 2009 e 16 de março de 2011. O cronograma para a emissão de títulos públicos foi divulgado na sexta-feira, e não informa os volumes. As LFTs têm taxa de juros pós-fixada e atrelada à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Crédito(Selic) que serve de referência básica para a economia brasileira.

Como faz parte da estratégia do Tesouro a eliminação da Selic na composição da dívida, as LFTs não eram ofertadas desde novembro. Mas a saída de investidores nos últimos dias fez com que o Tesouro antecipasse o leilão desses papéis.

?Pelo grande vencimento que ocorre no ano, era natural que voltássemos a ofertar. É algo que é benéfico para o mercado nesse momento de volatilidade?, disse o secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, ao informar que a oferta de LFTs já estava prevista no programa anual de financiamento da dívida, e que o governo está aproveitando o momento de demanda pelos papéis.

Pela mesma razão, houve leilão de recompra e venda das notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) esta semana. Trata-se de títulos de longo prazo, atrelados ao Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo Tesouro como estratégia para alongar os prazos da dívida. Kawall comentou que diante da ?alta volatilidade?, o Tesouro quer atuar como ?parceiro do mercado?, por isso resolveu comprar de volta os títulos já vendidos.

Segundo Kawall, foi preciso realizar o leilão de NTN-B porque o mercado havia perdido referência de preços para vender os papéis para investidores, no mercado secundário.

Mas alguns analistas viram sinais de risco na operação, como o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), José Ronoel Piccin. ?O governo está dando mais liquidez ao mercado. Isso é perigoso, porque a conseqüência é que haverá mais demanda pelo dólar, o que vai pressionar ainda mais o câmbio?, ponderou Piccin. ?Dá a impressão que o governo está pondo mais lenha na fogueira?.

O cronograma de leilão de títulos para o financiamento da dívida pública interna prevê para junho vencimentos de títulos do Tesouro Nacional no montante de R$ 32,1 bilhões, sendo R$ 31,8 bilhões de títulos com rentabilidade definida pela taxa Selic.

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