A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, atribuiu o superávit de R$ 31,069 bilhões registrado pelo governo central em janeiro ao resultado positivo das receitas registrado no mês e também a fatores sazonais. O ingresso de recursos foi ajudado pelos pagamentos do Refis, pelo aumento do PIS/Cofins de combustíveis, que teve a alíquota elevada no ano passado, e pela melhora da atividade econômica, segundo Ana Paula.

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Além disso, a secretária ressaltou o comportamento sazonal da arrecadação em janeiro, quando é feito o pagamento de tributos como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a participação especial de royalties. Ana Paula lembrou que parte dessas receitas será transferida para Estados e municípios em fevereiro. “É uma boa notícia para os entes subnacionais”, afirmou.

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A secretária também destacou que o resultado do Tesouro Nacional de R$ 45,523 bilhões foi o melhor da série histórica para o mês de janeiro, enquanto o déficit alcançado pela Previdência foi de R$ 14,454 bilhões, o pior da série, que tem início em 1997. Ela ressaltou o aumento das despesas obrigatórias, que crescerão R$ 60 bilhões neste ano, em um momento em que as despesas discricionárias estão em um patamar bastante baixo. “Há uma trajetória de crescimento baseada em regras de reajuste automático”, acrescentou.

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Ana Paula destacou ainda o crescimento dos benefícios previdenciários, que subiram R$ 1,9 bilhão em janeiro. Por outro lado, as despesas com subsídios caíram R$ 3,19 bilhões, com a redução de pagamentos do Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES e de crédito rural.

Restos a pagar

Ana Paula disse que há uma tendência de redução de restos a pagar nos próximos anos. Ela ressaltou que foram pagos R$ 40 bilhões em restos a pagar em janeiro, ante R$ 38 bilhões em janeiro de 2017, restando R$ 4,8 bilhões de restos a pagar processados para 2018.

Há ainda um estoque de R$ 96 bilhões em restos a pagar não processados, que são despesas vinculadas a orçamentos anteriores mas que ainda não foram executadas. “Há uma tendência natural de redução de restos a pagar ao longo dos próximos anos em função da redução das despesas e do novo regime fiscal. Em anos anteriores, abria-se um orçamento muito elevado para investimentos, que não era executado. Invertemos essa tendência”, afirmou.