O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, defendeu hoje que o Banco Central continue conduzindo a política monetária dentro de esforço conjunto do governo para garantir o crescimento, como ocorreu em 2009, quando o BC reduziu as taxas de juros e os depósitos compulsórios dos bancos para mitigar os efeitos da crise financeira na economia. Augustin disse que o BC tem que pensar no processo de retomada do crescimento econômico ao decidir sobre o rumo da taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira.

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“A visão que nós temos é que a política monetária deve acompanhar a necessidade de retomada de crescimento. Mas essa é uma tarefa para o BC interpretar em termos de taxa”, disse Augustin, negando se tratar de um recado ao BC. “Mas quem detalha isso, quem decide, é outra instituição, não somos nós (a Fazenda)”, disse ele numa referência ao BC.

Para justificar o seu alerta, o secretário disse que a previsão do Ministério da Fazenda de 5,2% de expansão do Produto Interno Brasileiro em 2010, para ser atingida, precisa “de trabalho”. “Não está dado (o crescimento). É algo a ser construído ao longo do ano”, avaliou.

Augustin ponderou que é normal que a projeção do Ministério da Fazenda de crescimento da economia não seja idêntica à do BC. Ele avaliou que a previsão de 5,8% de alta do PIB do BC este ano é compatível com a da Fazenda e não mostra “diferença significativa”. “É uma questão mais técnica de projeção”, disse. Os analistas do mercado financeiro têm utilizado essa diferença de projeção entre a Fazenda e o BC para apostar numa alta da Selic ainda no primeiro trimestre.

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O secretário voltou a criticar os juros de mercado que apontam alta da taxa Selic em breve. Segundo ele, a curva de juros que o mercado tem apostado é inconsistente porque prevê ao mesmo tempo juros e inflação maiores. “São coisas muito difíceis de acontecer simultaneamente”, disse. Para ele, essa curva de juros tem pouca probabilidade de ocorrer.

No início da noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a taxa Selic estável em 8,75% ao ano. A próxima reunião do comitê será em março.

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