Tesouro prevê alta gradual da participação estrangeira

O coordenador geral de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, avaliou que a tendência é de um aumento gradual da participação de estrangeiros na dívida interna em títulos. Segundo ele, o Tesouro “não espera uma explosão” de entrada de investidores estrangeiros para a curva de títulos da dívida interna com o anúncio, ontem, de elevação da nota de crédito brasileira para grau de investimento pela agência de rating Moody’s. Ele destacou que o Tesouro vai manter a estratégia de emissões estabelecidas mesmo com o anúncio da Moody’s.

Garrido ponderou que outras agências relevantes já haviam concedido o grau de investimento para o País. A expectativa agora é de que as outras agências também concedam uma perspectiva positiva para o Brasil, como fez ontem a Moody’s.

O coordenador informou que a parcela de estrangeiros no total da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu de 6,12% em julho para 6,36% em agosto. A participação dos estrangeiros, no entanto, ainda não atingiu o nível mais elevado obtido em agosto de 2008, antes do agravamento da crise financeira internacional. Com a crise, muitos estrangeiros venderam os papéis da dívida interna e a participação caiu até abriu, quando estava em 5,60%. A partir de maio os números mostram crescimento do apetite dos estrangeiros pelos títulos da dívida interna.

Emissões da dívida externa e BNDES

Garrido afirmou que o Tesouro deve fazer novas emissões de título da dívida externa ainda este ano. Questionado se uma captação poderia ocorrer ainda em setembro, na esteira da concessão do selo de grau de investimento pela Moody’s, Garrido respondeu: “Isso depende das condições de mercado.”

Garrido também informou que no momento não há previsões de novas emissões de títulos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, os R$ 36 bilhões emitidos em agosto para o BNDES completaram os R$ 100 bilhões em empréstimos autorizados pela Lei 11.948 ao banco estatal de fomento. “Não há previsão de novas emissões uma vez que não há amparo mais na lei”, disse Garrido.

Segundo ele, para ser feita uma nova emissão de títulos serão necessárias uma negociação e a edição de uma nova lei. Ele disse que o Tesouro não observa distorções de preço no mercado secundário de títulos em função do volume elevado de papéis emitidos para o BNDES. Garrido informou que até o final do ano R$ 18 bilhões dos R$ 100 bilhões já terão vencido.

O coordenador da dívida pública do Tesouro afirmou que o movimento de alta dos juros futuros ao longo desta semana não justifica mudança de estratégia de emissões de títulos do Tesouro. No entanto, Garrido ponderou que, em ocasiões de maior volatilidade, o Tesouro reduz os volume de títulos mais longos e os prazos dos papéis, mas reiterou que, no momento, uma mudança não se justifica.

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