No momento que enfrenta dificuldades para fechar as contas, o Tesouro Nacional está vendendo ações do Banco do Brasil. De 10 de junho, quando começou a se desfazer de parte dos papéis, até 10 de setembro, o Tesouro vendeu 9,6 milhões de ações ao valor de R$ 298,5 milhões. Os dados foram informados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com essas negociações, a participação do Tesouro no BB caiu de 58,30% para 57,93%.

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O governo conta com os recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para reforçar a arrecadação e as contas públicas. O Tesouro já avisou que vai sacar R$ 3,5 bilhões do fundo para reforçar o caixa. Procurado nesta quinta-feira, 9, para falar sobre a venda, o Tesouro garantiu que não houve nenhuma movimentação de ações do Fundo Soberano.

O mercado financeiro e o próprio BB têm preocupação com a movimentação de venda. A maior parte dos recursos do fundo – mais de 90% – é formada por ações do BB. O problema é a dificuldade de vender esses papéis numa única operação. Colocar um grande volume dos títulos no mercado pode derrubar o preço.

Técnicos do governo, inclusive, já haviam alertado para o risco de ter dentro do FSB um grande volume de ações de uma única empresa justamente pela dificuldade de transformar esses ativos em dinheiro. Eles ponderam que se perde liquidez com essa concentração.

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Levantamento do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mostrou que operações de venda das ações do BB se intensificaram entre 29 de agosto e 10 de setembro, quando 5,24 milhões delas foram negociadas, o equivalente a 54,4% do total vendido no ano, operações que somaram R$ 178,9 milhões. Para evitar uma queda forte dos papéis, as vendas foram feitas de maneira pulverizada, por meio de sete corretoras e em 12 operações.