O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco, disse nesta segunda-feira, 28, que as interrupções nas vendas de títulos pelo programa Tesouro Direto, que têm ocorrido com frequência, têm como objetivo atualizar os preços dos papéis de acordo com as negociações no mercado secundário. Além disso, visam a proteger o pequeno investidor.

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O Tesouro atribuiu o aumento na procura pelo programa de venda de títulos a pessoas físicas às mudanças que foram feitas no início do ano, como a modificação na nomenclatura dos títulos, que tornou o Tesouro Direto mais acessível para o pequeno investidor.

“É fato que estamos em um momento de aumento das taxas de juros do País, mas isso já ocorreu no passado e não havíamos observado uma mudança de patamar no programa como agora. Não apenas estamos observando aumento de vendas líquidas, mas também aumento do número de investidores cadastrados”, acrescentou o coordenador-geral de Planejamento da Dívida, Luiz Fernando Alves.

Balanço

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A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) informou hoje que, em agosto, as vendas do Tesouro Direto atingiram R$ 1,377 bilhão, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado na sexta-feira. Segundo o Tesouro, os títulos mais demandados são os indexados pelo IPCA, com 60,4% da participação. Os títulos prefixados corresponderam a 12,5% e os indexados à Selic, 27%. Os resgates totalizaram R$ 390,4 milhões, dos quais R$ 321,8 milhões relativos às recompras e R$ 68,6 milhões referente aos vencimentos.

Em agosto, o estoque do Tesouro Direto registrou um montante de R$ 20,61 bilhões. Sobre o prazo de emissão, no mês passado, 17,6% das vendas no Tesouro Direto corresponderam a títulos vencidos acima de 10 anos. As vendas de títulos com prazo entre 5 e 10 anos representaram 41,8% e as com prazo entre 1 e 5 anos, 40,7% do total.

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Em agosto, foram realizadas 12.993 operações de venda de títulos a investidores. Os pequenos investidores corresponderam a 66,3%, com vendas até R$ 5.000,00. O valor médio por operação, neste mês, foi de R$ 12.194,38.

O estoque de R$ 20,61 bilhões registrado em agosto corresponde a um aumento de 5,9% em relação ao mês anterior (R$ 19,47 bilhões) e de 47,6% sobre agosto de 2014 (R$ 13,97 bilhões).

O maior volume do estoque está atrelado aos títulos remunerados por índices de preços com um estoque de 60,7%. Na sequência, aparecem os títulos prefixados, com participação de 20,5% e, por fim, os títulos indexados à taxa Selic, com 18,8%.

Em relação à composição do estoque por prazo, tem-se que 3,3% dos títulos vencem em até 1 ano. A maior parte, 55,3%, é composta por títulos com vencimento entre 1 e 5 anos. Os títulos com prazo entre 5 e 10 anos, por sua vez, correspondem a 25,2% e os com vencimento acima de 10 anos, a 16,1%.

Em agosto, o Tesouro Nacional registrou 15.187 novos participantes. Agora, o Tesouro tem 552.166 investidores cadastrados, um aumento de 31,8% nos últimos 12 meses.

Em relação à rentabilidade acumulada no mês, o Tesouro destacou a rentabilidade do título Tesouro Selic 2021, que registrou variação de 0,89% no mês. No que se refere à rentabilidade acumulada no ano, a STN frisou o Tesouro IPCA+ 2019 e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2020, com altas de 7,11% e 6,67%, respectivamente.

O Tesouro esclareceu ainda que os valores negativos são decorrentes do aumento nas taxas de juros de mercado ocorridas no mês passado. Esse aumento de juros faz com que o preço dos títulos em 31/08/2015 seja menor que o apurado em 31/07/2015.