O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luís Felipe Vital, disse que a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o risco de recessão global aumentaram a percepção de risco em agosto e contribuíram para elevar os juros cobrados nos leilões de papéis do Tesouro Nacional no fim do mês passado. “Encerramos agosto com pequena alta nos juros domésticos”, afirmou.

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Ele ressaltou que mais de 50% das emissões feitas em agosto foram de papéis prefixados, considerados mais previsíveis para a gestão da dívida. A exemplo de agosto, os próximos meses deverão ser de emissões líquidas dos papéis públicos, com exceção de outubro, quando é esperado um resgate líquido. “Terminaremos o ano com pelo menos 100% de rolagem da dívida, conforme previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF)”, completou.

A alta do dólar em agosto impactou a composição e o estoque da dívida pública federal no mês de agosto. Segundo Vital, a variação de quase 10% na moeda norte-americana contribuiu para aumentar a parcela de títulos atrelados à taxa de câmbio, cuja participação na dívida passou de 3,85% para 4,15%.

O impacto foi ainda maior na Dívida Pública Federal Externa (DPFe), que teve um aumento de 9,55% no estoque no mês passado.

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Em agosto, houve recuo ainda na participação de investidores estrangeiros, que reduziram a fatia de 12,31% para 12,14%. “O fluxo de estrangeiro foi positivo no primeiro semestre, mas os números flutuam. O avanço de estrangeiros deve ser mais consistente quando houver reformas”, completou Vital.

Depois de subirem no fim de agosto, as taxas nos leilões do Tesouro Nacional voltaram a cair em setembro, acompanhando os juros em queda. “Tivemos queda nas taxas de juros em setembro, com mercado reprecificando ativos”, afirmou Vital.

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Apesar dos cortes na Selic promovidos pelo Banco Central, ele disse que o Tesouro não tem nenhuma mudança de estratégia prevista nem espera modificações nos parâmetros do Plano Anual de Financiamento (PAF). “Não vemos motivo para isso”, completou.

Em outubro, o vencimento de R$ 100 bilhões de papéis poderá levar a um mês de resgates líquidos, mas a expectativa do órgão é encerrar o ano com pelo menos 100% de rolagem da dívida.