A participação de investidores estrangeiros em títulos da Dívida Pública Federal interna (DPMFi) subiu de 7,68% em outubro para 7,77% em novembro, informou hoje o coordenador-geral de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido.

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De acordo com ele, no período, o volume financeiro subiu de R$ 101 bilhões para R$ 104 bilhões. Garrido comentou que a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital estrangeiro teve pouco impacto na participação estrangeira na dívida pública porque se trata, na maior parte dos casos, de investimentos de longo prazo.

A participação estrangeira na dívida interna tende a crescer nos próximos anos, segundo Garrido. “A experiência internacional mostra que essa fatia é de 10% ou mais”, comparou.

De acordo com ele, essa participação, no caso brasileiro, está mostrando continuidade de crescimento gradativo nos últimos anos. O coordenador evitou estimar qual seria o porcentual de investidores estrangeiros na dívida doméstica caso o governo não houvesse determinado a cobrança de IOF sobre o capital estrangeiro. “É difícil fazer ilações, mas o que podemos imaginar é que a participação nos títulos de prazos mais curtos poderia ser maior”, disse.

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Isso porque, alegou, uma cobrança de 2% sobre um título de curto prazo, como o de seis meses, por exemplo, é mais significativa do que a mesma cobrança sobre um papel com vencimento maior.

“Há diluição ao longo do tempo”, considerou. Garrido deu como exemplo o caso da NTN-F de 2017 – título prefixado mais longo do governo. O retorno desse papel é de 13% e mais de 50% desses títulos estão nas mãos de estrangeiros.

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Emissões

As emissões de dívida pública federal somaram R$ 33,576 bilhões em novembro, segundo os dados do Tesouro. A maior parcela foi gerada pela dívida interna, cujas emissões somaram R$ 33,565 bilhões no mês passado.

Desse montante, R$ 26,418 bilhões foram objeto de oferta pública e parcela de R$ 6,504 bilhões foi alvo de trocas realizadas pelo Tesouro Nacional. O Tesouro Direto, sistema de venda direta de títulos ao investidor, somou R$ 89,3 milhões. Na dívida externa, houve emissão equivalente a R$ 10,8 milhões.

Novembro teve, ainda, resgates de R$ 26,853 bilhões. Desse montante, a maior fatia foi gerada por operações da dívida interna, que responderam por R$ 25,642 bilhões. A parcela da dívida externa resgatada somou R$ 1,211 bilhão.

Dessa forma, o mês de novembro terminou com emissão líquida de R$ 6,723 bilhões na dívida federal total, sendo R$ 7,923 bilhões da dívida interna. Na dívida externa, houve resgate líquido equivalente a R$ 1,2 bilhão. Segundo Garrido, o mês de dezembro terá vencimentos totais de R$ 31,2 bilhões, sendo R$ 30,8 bilhões apenas em Letras Financeiras do Tesouro (LFT).

Composição

A participação de títulos do Tesouro Nacional com remuneração prefixada no total do estoque da dívida pública mobiliária federal interna passou de 31,23% em outubro para 32,47% em novembro.

Todos os outros componentes da dívida apresentaram queda no mesmo período de comparação. No caso de títulos corrigidos por índice de preços, a participação passou de 29,16% para 28,21%.

No caso dos títulos remunerados pela Selic, pós-fixados, a fatia em relação ao total da dívida passou de 37,66% para 37,39% no mesmo período. A participação dos títulos cambiais cedeu de 0,72% para 0,71% do total da dívida de outubro para novembro. Os papéis remunerados pela Taxa Referencial (TR) equivalem a 1,21% da dívida de novembro, ante 1,24% verificada outubro.

Prazo

A parcela de títulos do Tesouro Nacional na dívida interna a vencer em 12 meses caiu de 26,55% em outubro para 25,87% em novembro, segundo o Tesouro. De acordo com o relatório mensal divulgado hoje, a parcela do endividamento com vencimento entre um e dois anos subiu de 20,33% para 21,72% em igual período.

Em sentido contrário, a participação da dívida com vencimento entre dois e três anos caiu de 15,33% para 14,84%. A fatia com vencimento de três a quatro anos passou de 11,8% para 11,9%, e a parcela de quatro a cinco anos caiu de 8,67% para 8,49%. Por fim, os títulos com vencimento superior a cinco anos passaram de 17,32% da dívida para 17,18%.

O custo médio da dívida pública mobiliária federal interna em 12 meses caiu de 11,15% ao ano em outubro para 10,86% em novembro. Em dezembro de 2008, o custo médio estava em 13,56% ao ano.