Faça o teste. Dirija-se ao gerente de qualquer banco e questione sobre as opções de investimento que a instituição oferece para aqueles que querem uma segurança semelhante à poupança, mas com uma rentabilidade melhor. A resposta, em mais de 90% dos casos, será produtos envolvendo fundos de renda fixa. A apresentação desse tipo de opção não é por ser o produto mais vantajoso para o cliente e, sim, para o banco, que consegue obter uma lucratividade maior nas taxas administrativas.
Dados do Tesouro Nacional mostram que, em relação à renda fixa, a aplicação em Tesouro Direto, em média, pode render no ano de 37,15% a 183,39% a mais que tais fundos. Isso porque os custos de administração sobre o Tesouro Direto incidem em 0,40%, enquanto os da renda fixa variam de 2% a 4% conforme a instituição. “O Tesouro Direto é muito mais competitivo, dentre os investimentos considerados seguros, mas não há como interferirmos nas estratégias dos bancos para divulgar esse tipo de opção ao cliente”, explica o analista de finanças e controle do Tesouro Direto no Tesouro Nacional, David Rebelo Athayde.
Ele conta que para incentivar os bancos e demais agentes de custódia (corretoras de valores) a divulgarem esse tipo de aplicação, desde dezembro, o Tesouro Nacional e a BM&FBovespa deram início a um programa de rebate de taxas, onde aqueles agentes que vendem mais títulos do Tesouro Direto recebem de volta parte dessas taxas. “Ainda é cedo para avaliarmos o impacto do programa, mas isso deve se somar às demais ações que realizamos para ampliar o acesso e que têm gerado um crescimento significativo no número de investidores cadastrados”, aponta. Só em 2010, a quantidade de aplicadores aumentou 25%”.
Além da rentabilidade extremamente interessante e do baixo risco, já que a garantia de pagamento é do próprio Tesouro Nacional, o Tesouro Direto é acessível. A partir de R$ 100 já se pode comprar um título público. A liquidez é semanal, pode-se vender ou recomprar título sempre das 9h de quarta-feira até as 17h de quinta-feira. As operações podem ser feitas pela internet, no site (http://tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/compre_online.asp), mas para se habilitar é necessário recorrer a um agente de custódia (banco ou corretora de valor).
O Tesouro Direto permite ainda que o investidor monte sua própria carteira, definindo prazos e tipos de rentabilidade. “Pode ser extremamente conservador, escolhendo títulos com rentabilidade atrelada à Selic ou ser mais ousado e vincular a outras variáveis de mercado. O meio termo entre as duas é vincular ao IPCA, que garante o poder de compra, mas está sujeito à oscilação da taxa de juros”, orienta Athayde.
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