O Tesouro Nacional divulgou uma nota para comentar o anúncio da elevação do Brasil à categoria grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody’s. “A perspectiva para nova classificação é positiva”, afirma a nota. O Tesouro lembra que o Brasil se tornou grau de investimento pelas três maiores agências: a Standard and Poor’s, a Fitch e, agora, a Moody’s. O País também possui grau de investimento pela agência canadense Dominion Bond Rating Service e pelas agências japonesas Rating and Investment Information e Japan Credit Rating Agency.
A nota do Tesouro observa que “a notável melhora apresentada na estrutura de dívida do governo” foi um dos fatores relacionados pela Moody’s para fazer o upgrade do Brasil. A agência levou em conta também o “excepcional desempenho” do País durante a crise, diz o Tesouro. “A turbulência nos mercados serviu para desvelar o fortalecimento estrutural ocorrido nos últimos anos, que resistiu muito bem aos testes impostos pela crise. Além disso, as medidas tomadas pelas autoridades brasileiras em sua resposta foram tempestivas e eficientes.”
O Tesouro destaca ainda a forte recuperação da atividade econômica brasileira. O Brasil apresentou a maior taxa de crescimento do PIB no segundo trimestre de 2009 (em relação ao primeiro). Segundo o Tesouro, a Moody’s afirma que “o desempenho geral do Brasil provou ser melhor do que a maioria dos países classificados como grau de investimento na categoria Baa, onde o Brasil agora está situado.”
A agência diz acreditar, observa a nota, que “as chances de que o Brasil continue melhorando seu perfil de crédito são razoavelmente altas.” E acrescenta: “As condições econômicas parecem ser favoráveis para constantes reduções dos indicadores de dívida do governo, devido à perspectiva de crescimento no curto prazo e à probabilidade de que as condições macroeconômicas continuarão validando taxas de juros de um dígito, condição que mudaria de maneira fundamental a dinâmica da dívida”, avaliou a Moody’s, segundo a nota do Tesouro.
Para a agência, a ausência de desequilíbrios macroeconômicos fundamentais na economia brasileira coloca o País numa posição privilegiada em relação aos outros créditos soberanos na mesma categoria de rating, que têm maiores desafios fiscais e externos.
O Tesouro explica que o grau de investimento cria condições mais favoráveis para financiamento público do País, ao abrir oportunidade para grandes investidores institucionais que possuem restrições de investimento em função da classificação do país. Permite também que as empresas ganhem espaço para ter sua classificação de risco elevada em função do aumento do rating soberano, o que potencialmente reduz seus custos de captação.
A nota lembra ainda que, desde setembro de 2008, mês marcado pela concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, a Moody’s rebaixou o rating de 18 países e elevou de seis países, entre eles o Brasil. O País foi o único que teve sua classificação elevada para grau de investimento pela Moody’s. “Tal fato demonstra que o pragmatismo da política econômica, sem perda da austeridade e da responsabilidade que a tem guiado, ao tempo que ajudou o País a evitar a desaceleração econômica, permitiu ao país reduzir os custos e riscos da gestão da dívida pública”, afirma o Tesouro.