O subsecretário de Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco, disse que a composição da dívida pública federal está mudando, com o aumento da participação de títulos corrigidos pela Selic, por conta da situação fiscal do país.
Ele ressaltou que, enquanto títulos prefixados e corrigidos por índice de preços tiveram resgates líquidos em 2018, os papéis atrelados à Selic tiveram emissão líquida. Preferidos pelos investidores em momentos de instabilidade, esses títulos são mais voláteis e trazem menos previsibilidade para a gestão da dívida. “O aumento de títulos Selic na dívida é consequência de seguidos déficits fiscais”, afirmou.
De acordo com Franco, o Tesouro atuou em 2018 com a meta de não adicionar mais liquidez no sistema em um ano em que o mercado passou por muita volatilidade, ligada, entre outras questões, às eleições. Com resgate líquido de R$ 23,148 bilhões, ele ressaltou que o Tesouro ficou próximo a essa meta.
“Tivemos volatilidade em 2018, mas a gestão da dívida está preparada para agir. Tesouro aproveitou para recomprar títulos com taxas mais altas. O objetivo é prover estabilidade e bom funcionamento do mercado”, afirmou.
Estrangeiros
Franco ressaltou o aumento nominal na participação de estrangeiros na dívida em 2018 de cerca de R$ 2 bilhões. Porcentualmente, porém, a fatia desses investidores caiu de 12,12% em 2017 para 11,22% no fim do ano passado. “O aumento de estrangeiros indica expectativa de entrada de recursos”, afirmou.
Em relação às emissões externas, o subsecretário afirmou que a ideia do Tesouro é continuar emitindo papéis com prazo de 10 a 30 anos para dar referências de preço para o mercado.