Terminou sem acordo uma reunião nesta segunda-feira, 9, entre o ministro do Trabalho, Manoel Dias, operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e representantes da Petrobras e da Alumini Engenharia (ex-Alusa), além do Ministério Público do Trabalho (MPT). As empresas divergem sobre um crédito de R$ 14 milhões da estatal à terceirizada, que poderia ser usado no pagamento de três meses de salários atrasados a mais de 2.500 trabalhadores.

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Um grupo de cerca de 150 trabalhadores realizou um protesto na frente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro do Rio, onde ocorreu o encontro. Eles decidiram ocupar a sede do Tribunal em protesto contra a Petrobras e o impasse sobre os pagamentos. Um rojão foi aceso no saguão do prédio e todas as saídas foram bloqueadas.

Lideranças dos trabalhadores tentam conter a tensão dos manifestantes. “Estamos como um leão enjaulado de frente para uma vaca”, descreveu um dos líderes, Alexandre Gomes, soldador de 41 anos. “Vocês todos comeram em boa mesa ontem, eu não tenho um centavo para pagar o leite da minha filha”, disse o operário durante a reunião, intermediada pela presidente do Tribunal, Maria das Graças.

A Petrobras não reconhece débitos dos contratos com a Alumini Engenharia, que está em recuperação judicial desde janeiro. A empresa move ações contra a estatal para cobrar mais de R$ 1,2 bilhão de serviços prestados. A Alumini alega que a petroleira já reconheceu débito de R$ 14 milhões, valor que o MPT propõe que seja usado para quitar parte dos salários atrasados.

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O advogado da estatal, Nelson Ramalho, disse desconhecer os valores. “A Alusa parou de receber porque parou de prestar serviço. A Petrobras não pode pagar essa quantia, pois não tem como garantir que irá recuperar o dinheiro público”, afirmou.

A proposta do MPT será levada à diretoria administrativa da estatal para apreciação. O ministro Manoel prometeu cobrar da Petrobras que acelere a tomada de decisão. “A pressa dos trabalhadores é a nossa pressa”, afirmou Manoel Dias.

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