O estresse que pautou os ativos financeiros ao longo desta sexta-feira, 9, teve efeito limitado no mercado de juros. As taxas foram marcadas por um viés da alta durante boa parte da sessão, mas no meio da tarde os principais contratos estavam de lado, com exceção dos de curtíssimo prazo, que recuaram. A aversão ao risco no exterior acabou servindo como argumento para uma realização de lucros moderada na curva, mas sem força para avançar diante da perspectiva desinflacionária global, do avanço das reformas no Brasil e da expectativa de queda da Selic.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, que melhor reflete as apostas para a política monetária no segundo semestre deste ano, encerrou em 5,445%, de 5,471% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2021 fechou em 5,39%, estável ante o ajuste de quinta, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 6,341% para 6,35%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 6,85%, de 6,831%.

Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista-chefe da Ativa Investimentos, vê, de maneira geral, tanto o segmento de ativos prefixados quanto o de ações “relativamente equilibrados” em função de boas perspectivas domésticas, como o andamento das reformas e a inflação baixa. “Já o dólar ficou mais inserido na guerra de moedas”, disse. “Tivemos uma semana muito conturbada pelo conflito comercial entre Estados Unidos e China e pelo aumento da perspectiva negativa para economia mundial, mas as questões domésticas geraram blindagem na bolsa e no pré”, explicou.

Na medida em que vai amadurecendo a percepção de que o primeiro impacto da guerra comercial é sobre a atividade, “vai ficando claro que a inflação não será um problema nem aqui nem lá fora”, diz um gestor, o que acaba limitando a recomposição de prêmios na curva de juros. Por esse raciocínio, o mercado não vê o câmbio como um problema para os preços internos, pois o canal de repasse está bloqueado pela depressão da atividade. “O mercado chegou à conclusão de que não tem pass-through. A única via seriam os combustíveis, mas os preços do petróleo afundaram. Então, não há inflação importada”, disse Freitas Filho.

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Desse modo, num mundo de juros cada vez mais baixos, a renda fixa brasileira ainda parece atrativa, especialmente num momento de otimismo renovado sobre as reformas. O texto da Previdência já está no Senado e a aposta do governo é de que a matéria possa estar definitivamente aprovada em 60 dias. De acordo com o Placar da Previdência elaborado pelo ‘Estado’, que aponta 52 votos “sim” ao texto, o governo conseguirá aprovar a reforma, que exige apoio de 49 senadores em dois turnos de votação.

Antes de ir a plenário, a proposta precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), prometeu entregar o parecer em até três semanas.

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