Com a elevação de 0,73% do IPCA-15 de março, acima da projeção da Tendências de 0,70%, a consultoria deverá elevar sua estimativa para o IPCA fechado deste mês, de 0,70% para um número próximo a 0,75%, segundo informou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da empresa. Um dos fatores que chamaram sua atenção foi a elevação do grupo Transportes, que avançou 1,22%, marca superior à estimativa de 0,72%, puxado especialmente por um incremento de 27% nas passagens aéreas. “A inflação alta colocou um gato no telhado para a elevação do IPCA em abril”, disse, ressaltando que a avaliação da consultoria é que o aperto monetário adotado pelo BC em abril de 2013 foi encerrado em fevereiro deste ano.

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De acordo com Alessandra, já são nítidos os efeitos da seca de verão sobre os preços de alimentos no domicílio dentro do IPCA, pois subiram 0,22% no índice cheio de fevereiro e aumentam 1,13% no IPCA-15 de março. Um outro elemento que mereceu destaque foi a alimentação fora do domicílio, que subiu 1,08%. “Isto é uma indicação de que a demanda mostra vigor, pois é um serviço. O nível de atividade está avançando um pouco mais acima do que muitos esperavam, inclusive nós”, ponderou.

Segundo a economista da Tendências, a média dos núcleos desacelerou de 0,67% no IPCA fechado de fevereiro para 0,50% no IPCA -15 de março. Contudo, ela ressaltou que o índice de difusão continua alto e subiu, pois passou de 64,1% para 66,9%, levando em consideração esses dois indicadores. “Mesmo quando é excluída a Alimentação, esse mesmo índice apresenta um aumento de 68,5% para 69,9%, o que mostra que está bem disseminado o aumento de preços na economia”, destacou.

Na avaliação de Alessandra, os efeitos cumulativos e defasados do aumento de juros iniciado em abril pelo BC, que subiu a Selic de 7,25% para 10,75%, mais o câmbio bem comportado e certa acomodação da inflação nos próximos meses, dão a certeza a ela de que o BC não elevará os juros em maio. Ela estima que o IPCA em abril deve subir 0,52% e avançar 0,42% em maio. A Tendências projeta um incremento de 6% da inflação, com elevação de 1,9% do PIB.

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