O economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto avaliou, nesta quinta-feira, que “houve aceitação do Banco Central de que o cenário piorou” ao citar a preocupação com a inflação em alta e com a atividade econômica ruim, no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgado na quinta-feira após a reunião que manteve a taxa Selic em 7,25% ao ano. “No entanto, o mais provável é a ação do governo com outros instrumentos para manter a inflação controlada sem estourar o teto da meta (de 6,5%) e a permanência da Selic em 7,25% por um longo período, ao menos até o final de 2014”, disse Campos Neto.
Entre os instrumentos o economista cita a continuação de ações macroprudenciais, como o controle do crédito, a ampliação de desonerações tributárias, ou mesmo as pontuais, como as operações cambiais tomadas no final do ano passado para frear a alta do dólar. “Não é a forma mais adequada de controle de inflação, mas é a tomada no curto prazo”, disse o economista. No comunicado da quarta-feira (16), o Copom admitiu uma piora do “balanço de risco para a inflação”, mas repetiu que a “estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta” segue com a manutenção da taxa de juros “por um período de tempo suficientemente prolongado”.