Tendência é de continuidade da desaceleração da inflação, diz FGV

Após desacelerar nas primeiras duas prévias de março, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve continuar em tendência de perda de fôlego, avalia o economista André Braz, pesquisador da Fundação Getulio Vargas. Apesar disso, o alívio previsto para os próximos meses não será suficiente para tirar o tema do radar, pontua.

O Ibre/FGV projeta IPCA de 7,2% para 2016, acima do teto da meta de 6,5%.

“A tendência é de uma continuidade da desaceleração, com efeitos sazonais saindo de cena e efeitos da mudança da bandeira tarifária, que irá reduzir ainda mais as contas de luz”, afirmou. A FGV divulgou nesta sexta-feira, 18, que a segunda prévia do IGP-M teve variação de 0,43%, ante alta de 1,24% no mesmo período de fevereiro.

A expectativa é de que essa desaceleração se prolongue do fim do primeiro trimestre até o início do segundo trimestre, diz Braz.

Por outro lado, o reajuste dos medicamentos, em 31 de março, irá pressionar o índice a partir de abril. O peso dos remédios no orçamento familiar é de 3%, sendo que é esperado um aumento acima de 10%.

Na visão do economista, a política fiscal pode ter melhor efetividade sobre a inflação neste momento do que a política monetária. Isso ocorreria por meio, por exemplo, de redução de gastos públicos.

Influências

O economista destacou que a desaceleração nos preços ao consumidor veio em meio à redução da tarifa de energia, da perda de influência dos aumentos de ônibus urbano – que subiram em janeiro e fevereiro – e pelo menor impacto das mensalidades escolares, que pressionam a inflação nos dois primeiros meses do ano.

No atacado, safras boas e a recente valorização do real contribuíram para aumentos menores ou queda de preços de algumas commodities agrícolas.

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