A predisposição ao consumo aumentou mais entre as famílias mais ricas, graças à maior sensibilidade dessa faixa de renda ao crédito, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 1,8% em maio ante abril entre os que recebem mais de dez salários mínimos, para 148,8 pontos. Na faixa de renda que recebe até dez salários, o aumento na confiança foi de 0,3% no período, para 134,5 pontos.
“A faixa de renda mais alta tem maior acesso ao crédito, então essas famílias são mais sensíveis a mudanças nos financiamentos”, explicou Bruno Fernandes, economista da CNC. “As famílias de renda mais baixa estão com a renda mais comprometida, além de terem menor acesso e sensibilidade à oferta de crédito”, completou.
Segundo Fernandes, na passagem de abril para maio, além do aumento da massa salarial, estimularam o aumento da propensão ao consumo os cortes dos juros bancários e a disposição do governo em adotar medidas para reaquecer a economia.
“Isso já chegou à percepção dos consumidores”, disse o economista. No entanto, na comparação com maio de 2011, a melhora excessiva no indicador de confiança deve-se a uma base de comparação mais fraca. O ICF, que teve alta de 0,3% em relação a abril, subiu 4,8% na comparação ante maio do ano passado.
“Em maio de 2011, a confiança atingiu o menor nível da série, porque o governo tinha tomado medidas para conter o crédito, e os juros estavam em alta”, lembrou Fernandes. “Esse crescimento agora é positivo, mas não espelha uma euforia das famílias para ir às compras. Esperamos um aumento no consumo no segundo semestre, mas ainda moderado”.
Na comparação com maio do ano passado, a Intenção de Consumo das Famílias aumentou 7,4% entre a faixa de renda que recebe mais de dez salários mínimos, e 4,8% entre a faixa de renda de até dez salários.