O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central resistiu às pressões e decidiu na reunião encerrada ontem, manter a taxa de juros Selic em 16% ao ano. Essa taxa ficará em vigor até o dia 16 de junho, quando o Copom voltará a se reunir para decidir novamente sobre os juros básicos da economia. A decisão não foi unânime e contou com seis votos favoráveis à manutenção da taxa e outros três que defendiam uma redução de 0,25 ponto percentual. Com a decisão, o Copom interrompe a seqüência de dois cortes simbólicos na Selic, taxa que é referência para o mercado.
Muitos economistas do mercado financeiro apostavam nessa decisão do BC, em razão do cenário mais adverso do mercado internacional.
“Dada a volatilidade recente, é recomendado que a autoridade monetária atue de forma prudente para evitar que essa volatilidade de curto prazo venha a ter efeitos duradouros sobre as variáveis domésticas, não justificáveis pelos sólidos fundamentos da economia”, informou o Copom em nota.
A alta do preço do petróleo e da cotação do dólar, segundo alguns analistas, acabaria gerando uma preocupação de alta da inflação, o que faria o BC tomar uma decisão mais cautelosa com a manutenção da taxa.
As razões que levaram o Copom a manter a taxa serão conhecidas na próxima quinta-feira, quando o BC divulga a ata da reunião.
Turbulências
As turbulências vividas pelo mercado financeiro internacional influenciaram a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter em 16% ao ano a taxa básica de juros da economia.
No comunicado em que comenta a manutenção, o Banco Central afirma que “dada a volatilidade recente” o mais “recomendável” seria atuar de forma “prudente” na hora de decidir ou não por novos cortes da taxa Selic.
No ano, o Copom chegou a reduzir duas vezes a taxa básica de juros: fez cortes de 0,25 ponto percentual em março e em abril. No ano passado, os juros foram cortados em 10 pontos percentuais, passando de 26,5% para 16,5% ao ano em dezembro.
Na nota, o Copom afirma ter tomado a decisão com o objetivo de “evitar que a volatilidade de curto prazo (no mercado externo) venha a ter efeitos duradouros sobre as variáveis domésticas”.
Inflação
Na nota, o Copom informa ainda não ver grandes riscos inflacionários e que a taxa “converge” para a meta de 5,5% fixada pelo Banco Central, com margem de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
“O cenário para a evolução da economia brasileira nos próximos meses combina a continuidade da retomada de atividade observada desde a segunda metade de 2003 com a convergência da inflação para a trajetória das metas”, informou.