O presidente Michel Temer rebateu nesta terça-feira, 8, as críticas que seu governo vem recebendo por estar promovendo as chamadas reformas estruturantes. Durante discurso que fez no período da tarde em evento na sede do Secovi-SP, o presidente classificou de genéricas as criticas que tem recebido porque, de acordo com ele, elas são políticas e não discutem o conteúdo das ações.
“As pessoas não combatem o conteúdo, o mérito. Fazem críticas políticas”, disse, acrescentando que assim aconteceu com o teto gastos públicos, rotulado como “PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da morte”. “O que se divulgava com teto dos gastos era que a Saúde e a Educação estavam destruídas. Ao fazermos Orçamento de 2017, nos pautamos pela PEC dos gastos públicos e aumentamos em R$ 10 bilhões o recursos da Saúde e em R$ 10 bilhões os recursos da Educação. Logo passou história de que a PEC iria acabar com Saúde e com a Educação”, desabafou Temer.
O presidente também lembrou o polêmico debate em torno da reforma do ensino médio. De acordo com ele, à época, houve longo debate. “Houve protestos políticos e não de conteúdo. Só críticas genéricas em relação à reformado ensino médio. Hoje, depois de aprovada, é aplaudida pelo setor do ensino”, disse Temer. “Ousamos e conseguimos”, completou.
Temer reiterou que a modernização trabalhista, “um ato administrativo de menor singeleza, trivial”, também foi combatida de forma genérica. Segundo ele, ninguém discutiu o conteúdo da medida ou ofereceu sugestões.
Produlote
Ao falar sobre o Produlote – linha inédita de crédito destinada à produção de lotes urbanizados e desenvolvimento urbano -, Temer aproveitou para reafirmar a importância do setor da construção para a retomada da economia e exaltou o otimismo dos empresários do setor. Disse que “tem se sentido bem em sair do gabinete presidencial e se deparar com o otimismo do povo brasileiro”. “Cada vez que volto a Brasília, levo o otimismo do povo brasileiro”, disse, emendando que a economia já começa a mostrar sinais de recuperação, inclusive pelo lado do emprego.
“O Brasil não para porque o governo não deixa. Assim foi com esta suposta crise”, disse o presidente, em alusão à gravação de conversa que teve com Joesley Batista, dono da JBS, feita pelo próprio empresário. “Ninguém vai parar o Brasil por mais que suas falas sejam catastrofistas. Ontem mesmo recebi um relatório informando que o risco Brasil que estava em 500 pontos negativos está agora em 135 pontos negativos”, afirmou Temer.
Segundo ele, embora o desemprego ainda o preocupe, em setembro vai crescer muito o combate ao desemprego. “Estamos tomando medidas governamentais para incentivar o emprego”, disse o presidente.
‘Cortar na carne’
O presidente comentou ainda que a criação do teto dos gastos públicos foi uma das primeiras medidas fruto da concepção exata da expressão “cortar na carne” para somente depois gerar outros gastos administrativos.
A afirmação foi feita em resposta ao presidente do Secovi, Flavio Augusto Ayres Amary, que antes da fala de Temer pediu ao mandatário que prosseguisse com ajuste fiscal, mas pelo corte de gastos e não por aumento de impostos.
“O teto dos gastos públicos foi uma das primeiras medidas fruto da concepção da expressão cortar na carne para depois gerar outros gestos administrativos”, disse Temer sob aplausos da plateia.