O presidente Michel Temer abriu o gabinete para receber dezenas de parlamentares nesta terça-feira, 21, e já avisou que está disposto a intensificar ainda mais a agenda para ouvir demandas e conquistar apoio para a reforma da Previdência. Em razão do tempo curto e da dificuldade para chegar ao número mínimo de votos necessário para a aprovação da matéria (308), o presidente, segundo interlocutores, disse que trabalhará intensamente e com o “turbo acionado” a fim de reaglutinar a base aliada e garantir que o ano vire com a reforma já aprovada na Câmara.

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Nesta quarta, por exemplo, no almoço com governadores e no jantar com parlamentares da base, a ideia do governo é fazer o discurso do convencimento de que a reforma é fundamental para o equilíbrio das contas públicas e para o fim dos privilégios.

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A contagem extraoficial alardeada no Planalto aponta que há um universo de cerca de 270 votos a favor da reforma, mas há fontes mais moderadas que contabilizam apenas 240 votos garantidos. O governo sabe que precisa de uma margem de segurança. Justamente por isso, interlocutores ressaltam que a batalha não será fácil e as próximas semanas serão de muitas conversas.

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Nesta terça, em cerimônia no Planalto, o presidente chegou a citar a campanha publicitária que entrou no ar na semana passada, mas disse que ela não era apenas uma propaganda. “A reforma da Previdência, eu tomo a liberdade de dizer, é uma coisa fundamental, sem causar prejuízo a ninguém. Nós estamos trabalhando agora junto ao Congresso Nacional, junto à sociedade, fazendo não publicidade, mas fazendo um esclarecimento”, disse. “Portanto, quando os senhores e as senhoras verificarem na televisão, nos jornais, uma suposta publicidade da Previdência, não se trata disso, trata-se de esclarecimento. Porque as manifestações equivocadas em relação à Previdência Social têm sido muito amplas. E volto a dizer, equivocadas”, completou.

Na sua fala pública nesta terça, Temer disse ainda que o limite de idade será levado adiante e que o governo vai equiparar os sistemas público e privado no tocante à Previdência Social. “Então nós temos feito esse esclarecimento com o objetivo de, na verdade, nós podermos sobreviver nos próximos anos.”