Pelo menos dois estádios da Copa do Mundo não poderão oferecer telefonia e banda larga móveis aos torcedores conforme o planejado. Executivos do setor reconheceram, nesta terça-feira, 20, que os atrasos nas obras das arenas de São Paulo e Curitiba não permitirão a realização de todos os testes necessários para os equipamentos de transmissão de 3G e 4G. O diretor executivo do Sinditelebrasil, Eduardo Levy, disse que a Arena Corinthians e a Arena da Baixada terão dificuldades nos serviços de telefonia e internet devido ao pouco tempo que as empresas estão tendo para instalar seus equipamentos.
“Nós recebemos esses projetos e as salas para a instalação dos aparelhos com um prazo inferior a 60 dias, quando precisamos de até 150 dias para realizar o serviço. Em Curitiba e em São Paulo, haverá algumas dificuldades”, afirmou o executivo, em audiência pública conjunta nas comissões de Ciência e Tecnologia, Infraestrutura e Defesa do Consumidor do Senado.
O presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente, também citou os estádios de Manaus e Porto Alegre dentre aqueles que atrasaram a liberação do espaço físico para que as empresas instalassem seus equipamentos. “Mas em São Paulo e Curitiba não teremos tempo de realizar todos os testes”, acrescentou.
Fora da Copa
Para além da Copa, Levy afirmou que as empresas de telecomunicações representadas pela entidade têm cumprido todas as metas impostas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O executivo citou os investimentos de R$ 29,3 bilhões do setor em 2013, ano no qual a banda larga móvel registrou um crescimento de 69%.
De acordo com dados do Sinditelebrasil, o número de chips ativados no País chegou a 274 milhões, dos quais 146 milhões têm acesso à internet. “Já temos 3.648 municípios atendidos pelo 3G, o que representa 91% da população e que supera as metas impostas às empresas. Além disso, 105 municípios já contam com o 4G, após a instalação de aproximadamente 8 mil antenas”, disse Levy.
O diretor alegou ainda que os preços dos serviços prestados pelo setor têm caído nos últimos anos. “O gasto médio do consumidor com telefonia móvel é de R$ 19,50 por mês, menos de 1% da renda média do brasileiro. Se fosse realmente um serviço muito caro, a demanda e o crescimento do serviço não seriam tão grandes como são hoje”, avaliou.