Brasília (AE) – As tarifas da telefonia fixa podem não ter reajuste neste ano, de acordo com avaliação do presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti. A data-base para o reajuste das ligações locais, interurbanos e chamadas internacionais é dia 30 deste mês. A possibilidade de não haver aumento é considerada pelas empresas porque a correção dos índices usados para aumentar as tarifas tem ficado próxima de zero.

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Até o ano passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) utilizava o IGP-DI para corrigir as tarifas, mas, a partir deste ano passará a usar o Índice de Serviços de Telecomunicações (IST), que foi elaborado pela Agência em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O próximo reajuste ainda vai considerar a variação do IGP-DI de junho a dezembro do ano passado, que foi negativa de 0,75%, mais a variação do IST de janeiro a maio deste ano. Até abril, a variação acumulada do IST foi de 1,1%, mas o acumulado até maio somente será anunciado no dia 20 de junho. Depois de calculada a correção do índice, a Anatel subtrai desse resultado um porcentual a título de produtividade, que também será calculado pelo órgão regulador.

?Deve ficar próximo de zero?, avalia Paulletti. Segundo ele, se o porcentual for muito pequeno, é provável que as empresas não repassem o aumento para os consumidores. No ano passado, o reajuste médio foi de 7,27% para as ligações locais, de 2,95% para os interurbanos e houve uma redução de 7,9% para as chamadas internacionais. A mudança de IGP-DI para IST foi decidida em 2003, quando a correção do IGP-DI foi próxima de 30% decorrente de uma alta na cotação do dólar no ano anterior.

Planos

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As concessionárias de telefonia fixa querem que entre em vigor neste ano apenas um dos dois planos propostos pela Anatel para mudar a forma de cobrança da telefonia fixa, que passará de pulso para minuto provavelmente ainda neste ano. Segundo Pauletti, as empresas ainda vão formalizar o pedido à Anatel.

A idéia da Agência é começar a implantar a mudança no segundo semestre, começando pelas grandes cidades. Com isso, a conta de telefone ficará mais clara porque o cliente vai receber uma lista das ligações locais, com a duração e o custo de cada uma delas, como já ocorre com os interurbanos. A Anatel, no entanto, propôs dois novos planos de tarifação, obrigando as empresas a implantarem duas novas formas de cobrança.

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Pela proposta das companhias, primeiro entraria em vigor o chamado plano alternativo, que é muito parecido com a forma atual de fazer cobrança, e, depois de cinco meses, entraria o plano básico, que vai beneficiar quem faz chamadas curtas, de até três minutos. Segundo Pauletti, para as empresas, não vai haver diferença na arrecadação.