Telefone celular ainda dá muito problema

Comprar um celular ficou muito fácil, há muitas promoções no mercado e as prestações são a perder de vista. Mas toda esta facilidade esconde um problema. Os órgãos de defesa do consumidor vêm registrando inúmeras reclamações de pessoas insatisfeitas com o funcionamento dos aparelhos. No Procon de Curitiba, só este ano já foram 1.876 atendimentos referentes a equipamentos telefônicos e o problema mais comum está relacionado a danos e defeitos dos aparelhos. Cerca de 80% se referem a telefonia móvel.

O número de aparelhos celulares mais que dobrou nos últimos quatros anos no País. Em março de 2004, 27,44% da população tinha um aparelho celular, hoje já são 65,90%, se traduzindo em 125.811.063 de linhas. O estado do Paraná acompanhou o crescimento. Subiu de 25,84% para 66,88% da população com um aparelho, contabilizando 7.081.971 de linhas.

Todo este crescimento, também veio acompanhado de reclamações. Este ano o Procon já prestou 1.876 atendimentos referentes a equipamentos telefônicos, a maior parte relacionado a danos e defeitos dos aparelhos. Em 2007, ao todo, foram 6.647 casos, ocupando a terceira posição como o maior assunto de reclamação. A maioria também se referia a celulares com defeito.

Thatiana Karla Pereira Bueno é um exemplo. Está insatisfeita com seu celular e com a demora por uma solução. Ela comprou um aparelho em dezembro de 2007 e em março teve que procurar a assistência técnica. Diz que pediram um prazo de sete dias para avaliar o dano do aparelho. Mas em vez de sete dias teve que esperar duas semanas.

Além disto, comenta que não foi fácil falar com a empresa. Todas as vezes que tentou contato pelo telefone, estava ocupado ou ninguém atendia. A assistência técnica recomenda que as pessoas acompanhem o processo pela internert. ?Mas o problema é que lá não diz muita coisa. Só que está aguardando peças?, reclama.

Ela só teve o aparelho de volta no trigésimo dia. Mesmo assim, voltou com problemas. A bateria não carregou direito, esquentou e produziu cheiro de queimado. ?Fiquei com medo de que explodisse?, falou. Levou o celular para mais uma vez para a assistência. A empresa tem mais 30 dias para resolver o problema. Com isto, Tathiana acha que deve ficar 60 dias sem o seu celular. Já teve prejuízos porque perdeu oportunidades de trabalho.

Segundo informações do Procon, o código de Defesa do Consumidor afirma que as empresas têm 30 dias para devolver o aparelho que estava na garantia consertado. Caso isto não ocorra, devem substituir o produto ou restituir o dinheiro gasto. O Procon orienta também que os consumidores que tiveram produtos consertados no prazo determinado, mas que apresentaram problemas outra vez, procurem a assistência de novo, em vez de procurar o órgão, porque o aparelho pode estar apresentando um outro defeito.

Se depois disto, o caso não for resolvido, o Procon propõe uma audiência de conciliação que pode evoluir para um processo administrativo, com cobrança de multa da empresa. 

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