Caiu a fatia dos cidadãos com maior rendimento entre os devedores no Brasil, mostrou o estudo bimestral Perfil do Inadimplente, divulgado hoje pela TeleCheque, empresa do segmento de verificação e garantia de cheques. De acordo com a pesquisa, no começo da crise econômica internacional, em setembro e outubro de 2008, a participação das classes com renda superior a quatro salários mínimos entre os descumpridores das dívidas foi de 52,7% e, em julho e agosto deste ano, esta relação baixou 3,6%, para 50,8%. O perfil dos que não honram as dívidas se alterou com a recuperação do crescimento econômico, segundo a análise.
“A estimativa é de que esta participação continue em queda devido ao aumento das oportunidades no mercado de trabalho e acesso maior ao crédito, com juros menores”, afirmou o vice-presidente da TeleCheque, José Antônio Praxedes Neto, por meio da assessoria. A falta de emprego e a demora no pagamento de salários começaram a ter uma participação menor nos resultados. Em julho e agosto de 2008, a fatia do desemprego era de cerca de 5% e do atraso salarial, 2%. Em julho e agosto deste ano, a participação destas razões diminuíram, respectivamente, para perto de 3% e 1%.
A pesquisa concluiu também que as mulheres honraram menos: 54,84% de participação entre os inadimplentes. Entre os devedores, 49,21% são casados e 44,09% estão empregados. A principal causa para o não-cumprimento dos débitos é a falta de controle econômico, com 63,22% das respostas. Os produtos mais comprados no período pelos inadimplentes foram de vestuário (13,16%), comércio eletrônico (11,53%), supermercados (9,79%) e calçados (7,65%).
“Com as compras mais adequadas aos rendimentos, mais acesso a promoções e parcelamentos, a explicação para o descontrole financeiro se manter como o principal vilão da inadimplência é a grande participação de famílias com renda abaixo de R$ 2 mil no País. Suas compras estão sempre no limite dos seus ganhos e, por isso, quando um imprevisto acontece – doença, falecimentos, desemprego, entre outros -, algum pagamento não é honrado para cobrir estas emergências”, afirmou Praxedes.
A TeleCheque está há 25 anos no mercado e o banco de dados da empresa é sustentado por números do Banco Central (BC), de cem instituições financeiras, usuários do sistema, base de dados da companhia e parceiros, num total de 309,5 milhões de informações de mais de 50 milhões de emissores.