Técnicos se reúnem hoje para discutir aftosa

Uma reunião marcada para hoje, a partir das 9h, na Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), em Curitiba, pode colocar fim ao impasse da febre aftosa no Paraná. Pelo menos, é esta a expectativa da cadeia produtiva e da indústria de carnes, que vêm amargando prejuízos desde o dia 21 de outubro, quando o foco da doença era apenas uma suspeita.

De acordo com o superintendente do Ministério da Agricultura em Curitiba, Valmir Kowaleski, que irá participar da reunião de hoje, quatro técnicos do Ministério da Agricultura virão a Curitiba. ?Será uma discussão técnica, a portas fechadas. O objetivo é relatar todos os levantamentos feitos até agora, abrir uma discussão dos setores técnicos e definir estratégias?, afirmou Kowaleski. Segundo ele, a comissão não deve visitar as propriedades interditadas – entre elas a Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, onde foi confirmado o foco de aftosa pelo Ministério da Agricultura no início deste mês. Os técnicos, afirmou, devem retornar a Brasília ainda hoje.

De Brasília, devem participar da reunião o diretor do Departamento de Saúde Animal, Jorge Caetano Júnior; o coordenador-geral de Combate a Doenças, Jamil Gomes de Souza, além dos técnicos Vera Figueiredo e Milton Moraes. Já pela Seab, estão confirmados os nomes de Alvares Querubini e Felisberto Baptista, ambos do Departamento de Sanidade Animal, e de Silmar Bürher, presidente do Conselho Estadual de Sanidade Animal (Conesa). A posição do governo estadual é de que não há aftosa no Paraná.

A reunião foi agendada na semana passada, durante encontro entre o vice-governador e secretário estadual da Agricultura, Orlando Pessuti, e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, em Brasília. Durante o encontro, os técnicos do Ministério da Agricultura devem apresentar um cronograma com as ações que o Paraná deve tomar no combate à aftosa. Uma das alternativas que deverá ser proposta é o abate sanitário das 2.212 cabeças de gado da Fazenda Cachoeira, para que o Paraná reconquiste o quanto antes (seis meses) o status de área livre de aftosa com vacinação. Na semana passada, Pessuti afirmou que qualquer decisão – inclusive o abate sanitário – seria tomada durante a reunião do Conesa, que deve acontecer ainda esta semana.

Mato Grosso do Sul

A Agência Estadual de Defesa Sanitária, Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul havia sacrificado, até ontem, 26.485 animais, bovinos, ovinos e suínos, no sul do estado, na zona de interdição criada após a descoberta do foco de aftosa, em outubro. O diretor-presidente da agência, João Cavallero, informou que os abates podem ultrapassar 29 mil reses. Para ele, o ritmo dos abates ainda não chegou ao desejado – continua lento por causa das más condições climáticas.

O superintendente federal de Agricultura no Estado, José Antônio Felício, informou que o MS terá mais R$ 3 milhões para indenizar os produtores que perderam animais, sacrificados por causa da febre aftosa. A garantia foi dada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, e deve ser publicada até o fim desta semana, conforme Felício.

Esses recursos se somam aos R$ 10 milhões garantidos pela União, mas até agora represados, que integram os R$ 33 milhões aportados ainda em outubro, quando o foco foi descoberto. Do total de recursos liberados, R$ 20 milhões serão utilizados para indenizar pecuaristas que perderam os rebanhos. Outros R$ 6 milhões vão para pequenos produtores, especialmente de leite, prejudicados com a proibição da venda do produto. O restante será aplicado na fiscalização e erradicação da doença e em campanhas educativas para os produtores.

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