Menos de uma semana depois de iniciar as vistorias nas fazendas de pecuária de corte de 28 municípios do País, fiscais europeus voltaram a apontar falhas localizadas no sistema de rastreabilidade dos rebanhos. Em vistoria realizada ontem numa fazenda do município mineiro de Unaí, os técnicos conferiram a identificação de cerca de 1.200 animais, de um rebanho de 4.500 cabeças. Durante o trabalho, os funcionários da fazenda não conseguiram localizar oito animais que estão registrados no Sisbov, o sistema de rastreabilidade.
A fazenda tem cerca de 10 mil hectares. Os europeus deixaram a fazenda por volta da meia-noite sem saber se os animais não foram localizados porque a fazenda é muito grande ou se os bovinos foram abatidos, morreram ou foram vendidos sem o obrigatório registro de movimentação. Uma outra fonte contou, no entanto, que os três europeus que inspecionavam a fazenda ficaram irritados porque funcionários da empresa certificadora responsável pela rastreabilidade na propriedade não acompanharam os trabalhos de campo.
Um funcionário da Tracer Certificadora, responsável pela rastreabilidade na fazenda, que pertence ao grupo AC Agromercantil, negou a acusação. Ele explicou que dois técnicos acompanhavam os trabalhos iniciais dos europeus, mas que um deles precisou se ausentar da fazenda durante o dia. A Tracer é responsável por 25 das 87 fazendas mineiras que estão na lista provisória de 106 propriedades consideradas aptas a vender animais para frigoríficos que abastecem o mercado europeu.