A permanência do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no cargo não depende apenas do seu sucesso na condução da política econômica daqui para frente, mas de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Barbosa é uma das autoridades do governo da presidente Dilma Rousseff que estão sendo julgadas pelas chamadas “pedaladas fiscais”. É como ficaram conhecidos os atrasos no repasse de recursos do Tesouro Nacional para bancos públicos e o FGTS promovidos pela equipe econômica do primeiro mandato da presidente Dilma.
A depender do tipo de punição, Barbosa, se condenado, poderá ser inabilitado para exercer o cargo. Mesmo tendo deixado a equipe do ex-ministro, Guido Mantega, em 2013, Barbosa assinou portaria na condição de ministro interino que foi incluída no processo, embora tenha batido de frente com o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, idealizador das “pedaladas”. Além dele, outras 17 autoridades serão julgadas.
As “pedaladas” embasam o pedido de impeachment da presidente. Se antes se acreditava que apenas Mantega e Augustin seriam penalizados pelas operações, o risco de responsabilização de autoridades chave da atual gestão petista aumentou após a decisão do TCU que recomendou a reprovação das contas de Dilma de 2014.