Brasília – As taxas de juros cobradas do consumidor continuarão a cair, apesar da taxa básica de juros (Selic) ter sido mantida em 11,25% neste mês. A avaliação foi feita nesta terça-feira (23) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

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Em entrevista coletiva, Lopes disse que as taxas de captação de empréstimos respondem ao comportamento da Selic, mas ressaltou que outros movimentos, que poderão ser observados daqui para a frente, estarão vinculados ao spread (diferença entre a taxa paga pelos bancos e a que eles cobram para repassar o empréstimo). ?Como temos uma inadimplência estável e baixa, a expectativa é que o spread caia um pouquinho, com isso se refletindo, evidentemente, na taxa ao tomador final?.

Segundo o Relatório de Política Monetária, divulgado hoje pelo Banco Central, em setembro, o spread caiu 0,1 ponto percentual e 3,2 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 24,6 pontos percentuais. Para a pessoa jurídica, o spread passou de 12,4 para 12,7 pontos percentuais e, para pessoa física, de 35,3 para 35 pontos percentuais, de agosto para setembro.

Quanto à taxa de juros média de pessoas jurídicas e físicas, caiu de 35,7% para 35,5%. A taxa para pessoa física caiu 0,3 ponto percentual, chegando a 46,3% e para pessoa jurídica aumentou 0,1 ponto percentual, chegando a 23,2%¨ao ano.

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A taxa de inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, caiu para 0,1 ponto percentual, chegando a 4,6%. Essa variação ocorreu tanto para pessoas físicas (de 7,2% para 7,1%) quanto jurídicas (2,4% para 2,3%).

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, com o aumento do prazo de pagamento dos empréstimos, os bancos poderão reduzir o spread e, conseqüentemente, cobrar menos juros. O prazo médio de pagamento se manteve estável em 339 dias corridos em agosto e setembro, depois de passar por um período de aumento durante o ano. Em janeiro, o prazo era de 301 dias.

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O comportamento de redução do spread não foi observado nos oito primeiros dias úteis de outubro. Segundo Lopes, nesse período, o spread médio subiu de 24,6 pontos percentuais, em setembro, para 24,7 pontos. A taxa média de crédito subiu 0,2 ponto percentual, passando para 35,7% ao ano.