O avanço dos juros futuros, que marcou os negócios pela manhã, perdeu um pouco de força à tarde, mas ainda assim a curva a termo fechou com inclinação marginal. As taxas curtas e intermediárias renovaram mínimas na segunda etapa, terminando o dia de lado, e as longas, com viés de alta, refletindo a cautela vinda dos mercados internacionais. Além do calendário escasso nesta sexta-feira ter desestimulado a montagem de grandes posições, o compasso de espera pelos desdobramentos do aumento da tensão entre Estados Unidos e Irã, após a morte de um líder militar iraniano por forças americanas nesta quinta-feira, também inibiu as tomadas de decisão. A aversão ao risco resultou em pressão sobre as moedas emergentes e queda no rendimento dos Treasuries, mas a avaliação dos profissionais é de que as taxas locais ficaram bem comportadas.

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A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a 4,515% (regular) e 4,520% (estendida), de 4,526% ontem, no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 5,78% (regular) e 5,81% (estendida), de 5,78% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 passou de 6,39% para 6,42% (regular) e 6,45% (estendida) e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 6,711% para 6,75% (regular) e 6,79% (estendida).

A escalada do estresse geopolítico impôs perdas às bolsas e aumento da busca pela segurança dos Treasuries, com recuo dos retornos, além de avanço do dólar ante emergentes, mas nada disso aparentemente incomodou o mercado de juros por aqui, cujas taxas mostraram alta muito discreta ao longo do dia. “O noticiário externo é ruim, mas não se sabe no que vai dar e, juntando com a falta de calendário aqui, o mercado prefere esperar”, disse o economista Julio Barros, da Mongeral Aegon Investimentos. Ele afirma que, por enquanto, o cenário segue benigno para emergentes, lembrando que o caminho para a resolução da guerra comercial entre China e Estados Unidos está pavimentado.

No conflito entre americanos e iranianos, a questão agora a ser monitorada são possíveis efeitos nos preços do petróleo e, consequentemente, sobre os combustíveis, que no Brasil já vêm subindo nos últimos meses por força do câmbio. Para o economista João Fernandes, da Quantitas Asset, considerando as variações dos ativos hoje, as implicações são muito pequenas para a inflação em 2020. “Para um choque sozinho ter a capacidade de ameaçar a meta, essa tensão teria que escalar para algo muito maior”, explica.

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Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e a possível alta dos preços do petróleo preocupa, mas que não vai interferir na política de preços da companhia.

Contato: denise.abarca@estadao.com

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