Segundo o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, 30, as as exportações brasileiras respondem mais às condições de demanda global do que às variações cambiais. “A evidência indica que as exportações brasileiras não seriam muito afetadas pela taxa de câmbio real. Essa avaliação se apoia na estimativa de baixa elasticidade preço da demanda pelos produtos de maior peso na pauta de exportações brasileira, notadamente das commodities”, diz o BC.
Ainda de acordo com o texto, a análise gráfica aponta exportações com taxas de crescimento elevadas entre 2003 e 2008, quando a expansão média das receitas em dólares ficou acima de 20% ao ano. “Essa expansão, note-se, ocorreu em período de valorização gradual da taxa de câmbio efetiva real”, pondera o BC.
“De modo geral, as evidências indicam exportações responsivas às condições de demanda global (incluindo o efeito dessa sobre o preço internacional de commodities).” Na margem, entretanto, há sinais de sensibilidade das exportações à taxa de câmbio, especialmente as receitas de exportações para o grupo de manufaturados.
Com relação às importações, continua o BC, a análise econométrica aponta existência de relação de longo prazo. “As elasticidades sugerem importações significativamente dependentes tanto do nível da demanda doméstica, quanto da taxa de câmbio real.”
Como lembra o BC, a cotação da moeda brasileira passou por ajustes recentes em relação às moedas dos principais parceiros comerciais. O realinhamento, natural em um regime de câmbio flutuante, diz o texto, na medida em que reflete condições subjacentes da economia, implicou em depreciação efetiva do real de aproximadamente 30% em relação aos picos atingidos em meados de 2011. ( –