A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações de crédito caiu de 45,3% ao ano em março para 44,7% ao ano em abril. Essa queda reflete, principalmente, a redução no spread bancário (diferença entre a taxa cobrada pelos bancos e a taxa de captação) de 29,5% para 29% ao ano. A taxa de captação dos bancos caiu apenas 0,1 ponto percentual no período, atingindo 15,7% ao ano.
Nos empréstimos a pessoas físicas, a taxa média de juros alcançou em abril 63,3% ao ano, o menor valor da série histórica do Banco Central. Em relação ao mês de março, ocorreu uma queda de 0,7 ponto percentual na taxa. De acordo com dados divulgados ontem pelo BC, todas as modalidades de crédito a pessoa física apresentaram retração nas taxas de juros.
A taxa cobrada pelo uso do cheque especial caiu de 142% ao ano para 140,2% ao ano. Nas operações de crédito pessoal, a queda foi de 1,2 ponto percentual, atingindo 75,3% ao ano no mês passado. A taxa para operações de aquisição de bens passou de 38,8% para 38,5% ao ano.
No caso das pessoas jurídicas, a taxa média dos empréstimos caiu de 30,4% para 29,9% ao ano. A conta garantida, que funciona como cheque especial da pessoa jurídica, registrou queda de 2 pontos percentuais na taxa de juros, que atingiu 67,9% ao ano em abril. As operações para aquisição de bens tiveram taxa média de 27,5% ao ano, uma queda de 0,6 ponto percentual.
Já as operações de hot money, que são transações de curtíssimo prazo, apresentaram alta de 1,1 ponto percentual na taxa média, que ficou em 50,2% ao ano em abril. Para desconto de promissórias, a taxa de juros média atingiu 53,1% ao ano, uma alta de 0,7 ponto percentual.
Estabilidade
As taxas de juros cobradas pelos bancos nas operações de crédito podem ficar estáveis ou aumentar, principalmente, em junho, em razão da volatilidade do mercado financeiro. A avaliação é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, que espera maior impacto sobre as taxas cobradas das pessoas jurídicas.
Segundo Lopes, como a volatilidade do mercado ficou mais elevada na segunda quinzena de maio, os efeitos sobre a taxa de juros ao consumidor ainda não devem ser sentidos neste mês. A expectativa do técnico do BC é de que os juros em maio sigam a mesma “dinâmica” de abril, ou seja, de redução, principalmente para pessoa física.
Com relação ao resultado do mês de abril, quando a taxa média de juros caiu 0,6 ponto percentual, atingindo 44,7% ao ano, Lopes disse que essa é a taxa mais baixa desde setembro de 2002, quando os juros alcançaram 43,6% ao ano.
A taxa de juros nas operações com pessoas físicas, de 63,3% ao ano é a mais baixa de toda a série histórica, que teve início em 1996.