Depois de três meses consecutivos apontando para uma redução da taxa de juros para o consumidor, o índice voltou a subir em janeiro. É o que mostra o levantamento do Banco Central, apresentado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese), em conjunto com o Sindicato dos Bancários de Curitiba.

continua após a publicidade

Conforme o levantamento, a taxa mensal do cheque especial – que passou de 7,90% em novembro para 7,84% em dezembro – voltou a subir em janeiro: 7,86%. No caso do crédito pessoal, a queda vinha ocorrendo desde antes: em setembro, os juros eram de 4,55%. Foram caindo até chegar a 4,38% em dezembro. Em janeiro deste ano, porém, veio a reversão, fechando em 4,47% – ou seja, aumento de 1,6 ponto percentual. Os juros para a aquisição de bens e veículos também voltaram a subir: de 2,52% em dezembro para 2,55% em janeiro.

O coordenador do Dieese-PR e presidente da Federação dos Bancários no Paraná, Adílson Stuzata, definiu como negativa a reversão de tendência. Segundo ele, as instituições financeiras estão utilizando o aumento da inadimplência como fator para aumentar a taxa de juros, mas de maneira exagerada. No caso do crédito pessoal, a inadimplência cresceu de 10,59% em dezembro para 11,52% em janeiro. Em contrapartida, a inadimplência no cheque especial caiu de 10,47% para 9,81% no mesmo período. ?Significa que as pessoas estão transferindo suas dívidas para onde os juros são menores?, explicou. No caso do cheque especial, a taxa de juros ao ano é de 147,82%, enquanto no crédito pessoal de 69,21%.

O supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro, chamou a atenção para o uso do cartão de crédito – recurso que cobra os maiores juros do mercado, quando utilizado o crédito rotativo. ?A pessoa tem que observar a taxa de juros, que pode varia entre 8% e 15% ao mês, dependendo a administradora?, alertou.

continua após a publicidade