Taxa de investimento é ‘ridícula’, diz Ferraz, do BNDES

O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, chamou hoje a atual taxa de investimento do País de “ridícula”. Na última terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Brasil fechou 2011 com o investimento em 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ligeiramente abaixo do patamar de 19,5% de 2010.

“A relação investimento / PIB é ridícula”, disse o executivo ao proferir aula inaugural no Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do qual é professor licenciado. Ferraz defendeu que a taxa ideal para o País seria de 24% a 25% do PIB. Porém, ele afirmou que não é possível prever quando o Brasil atingirá esse patamar.

Durante o evento, o vice-presidente do BNDES reconheceu a estagnação da produção industrial no País. Para ele, o Brasil ainda não descobriu como ampliar a produtividade num cenário de economia aberta. “Estamos gerando emprego, mas não estamos induzindo produtividade de forma equivalente.”

Perguntado sobre a possível redução das taxas de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e sobre o lançamento de outras linhas de financiamento do BNDES mais atrativas para estimular investimentos da indústria, Ferraz não deu detalhes e restringiu-se a afirmar que o acesso ao crédito mais barato é positivo para o País.

“Taxas de juros mais baixas sempre são úteis para o desenvolvimento, desde que elas sejam sustentáveis no longo prazo. A trajetória que estamos vendo está indo nessa direção. O desafio que o País tem é mantê-las nessa trajetória declinante”, afirmou.

Ao ser questionado por um dos estudantes sobre a participação do BNDES no financiamento dos investimentos da concessões de aeroportos privatizados, Ferraz defendeu esse papel do banco de fomento. Ele argumentou que o País ainda não tem instrumentos privados de crédito de longo prazo que sustentem esse tipo de investimento. Segundo ele, a alternativa que as empresas teriam de buscar crédito no exterior acaba não sendo vantajosa, uma vez que precisam se proteger das flutuações do câmbio.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna