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Foto: Arquivo

Sala de espera de agência de colocação: muita gente de volta ao mercado de trabalho.

O ano de 2007 começou com um saldo de 203 mil desempregados a mais nas seis principais regiões metropolitanas do País. O aumento de 10,7% no número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) em relação ao mês anterior fez a taxa de desemprego subir para 9,3% em janeiro ante 8,4% em dezembro de 2006.

A elevação – já esperada porque ocorre historicamente no primeiro mês do ano -, resultou especialmente da demissão dos trabalhadores temporários contratados para o final de ano. O rendimento médio real caiu 1,1% em janeiro em relação ao mês anterior.

Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE, o aumento da taxa de desemprego e a queda do rendimento em janeiro não revertem a tendência de melhoria qualitativa do mercado de trabalho. Segundo ele, ambos os movimentos são sazonais, normais nessa época do ano, quando há dispensa de temporários e não há comissões e benefícios, como ocorre em dezembro.

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?Ao longo do segundo semestre há inserção de trabalhadores temporários no mercado e grande parte é dispensada em janeiro, fevereiro e março?, disse Azeredo, para quem a taxa ainda pode subir nos próximos meses. Segundo ele, ?embora o mercado de trabalho, em termos quantitativos, esteja bem próximo a 2006, persiste uma melhora qualitativa?.

O gerente da pesquisa observa que, como o efeito sazonal é muito forte nos dados de janeiro comparativamente a dezembro, a maneira mais adequada de avaliar o mercado de trabalho no primeiro mês do ano é confrontá-lo com igual mês do ano anterior.

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Nessa comparação, a taxa de desemprego ?não apresentou variação estatisticamente significativa? (havia sido de 9,2% em janeiro de 2006) e o rendimento aumentou 4,7%. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada, que caiu 0,8% em janeiro ante dezembro, aumentou 4,1% ante janeiro do ano passado, mantendo a tendência de recuperação da formalidade.

Marcelo de Ávila, analista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ressaltou que o mercado de trabalho no início deste ano está ?muito parecido? com o de 2006 e o aumento na taxa, assim como a queda no rendimento, são ?sazonais?. Para ele, a qualidade do mercado de trabalho continua com tendência de melhora.

Desocupados

O número de desempregados nas seis regiões passou de 1,89 milhão de pessoas no último mês do ano passado para 2,09 milhões em janeiro deste ano. Houve aumento também, de 2,8%, em relação a janeiro do ano passado. O número de pessoas ocupadas diminuiu 1,2% nas seis regiões ante dezembro, mas aumentou 2,6% na comparação com janeiro do ano passado. No primeiro mês de 2007, havia 20,5 milhões de ocupados nas seis regiões pesquisadas, com perda de 240 mil trabalhadores em relação a dezembro.

Famílias puderam comprar mais

Rio (AE) – O poder de compra das famílias aumentou nas seis principais regiões metropolitanas do País em janeiro, segundo destacou o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Segundo ele, o rendimento médio real per capita por domicílio nas seis regiões cresceu 5,9% em janeiro ante igual mês do ano passado, acima do aumento de 4,7% no rendimento médio real dos trabalhadores no período.

Ele explica que a renda domiciliar per capita é a razão entre o rendimento proveniente de trabalho de todas as pessoas ocupadas do domicilio e o total de pessoas do domicílio, excluindo os pensionistas, empregados domésticos e parentes de empregado doméstico. Na média das seis regiões, essa renda chegou a R$ 661,80 em janeiro deste ano, ante R$ 624,95 em janeiro do ano passado.

O rendimento médio real do domicílio aumentou 5,6% no período, passando de R$ 1.714,75 em janeiro do ano passado para R$ 1.811,10 em igual mês deste ano. Segundo Azeredo, a inflação baixa – o deflator do rendimento é a média do INPC nas seis regiões – contribuiu para o aumento do rendimento domiciliar e do poder aquisitivo da população nas regiões pesquisadas.

Renda do trabalhador do Paraná aumentou 5,8%

O salário médio dos trabalhadores do Paraná contratados em 2006 chegou a R$ 546,24, valor que representa um aumento de 5,8% em relação ao do ano anterior. Em 2005, os trabalhadores que ingressaram no mercado formal receberam um salário médio de R$ 516,10. A informação é da análise realizada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para a comparação do poder de compra dos salários, os valores de 2005 foram atualizados pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. O IPC-Fipe apontou uma inflação, acumulada em 2006, de 2,55%.

A atividade de extrativismo mineral foi a que apresentou o maior crescimento de salário. O trabalhador do setor recebeu, em 2006, uma média de R$ 624,56, valor 15,9% maior que a média do salário pago em 2005, ano em que o contratado recebeu R$ 539,02 em média.

O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, atenta para os números de outro setor da atividade econômica. ?O setor de indústria de transformação teve um ótimo desempenho no Paraná durante o ano passado. A renda média paga aos trabalhadores da atividade foi 6,8% superior ao salário médio pago em 2005?, afirma.

?Além desse aumento, o setor foi um dos destaques na criação de empregos em 2006. Mais de 21 mil novos empregos foram oferecidos pela indústria de transformação. Isso representa cerca de 24% de todos os postos de trabalho criados no Paraná em 2006?, destaca Nelson Garcia.

Na Região Metropolitana de Curitiba, o aumento na renda média dos trabalhadores contratados em 2006 foi de 2,4%, se comparado com 2005. Os setores que apresentaram maior crescimento de salário médio foram agropecuária (4,8%), comércio (4,5%) e construção civil (3,2%).

Empregos

Entre os meses de janeiro e dezembro de 2006, mais de 86,3 mil novos empregos foram criados no Paraná. O número de postos de trabalho gerados durante o ano foi 19,4% superior ao número de empregos criados em 2005, quando 72.374 novos empregos foram oferecidos no Estado.

?O número de empregos criados no ano passado foi o segundo maior em toda a história do Paraná. Desde 2003, já são 343.788 empregos criados no Estado?, lembra o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social. (AEN)

Otimismo do IBGE se mantém

Rio (AE) – O aumento da taxa de desemprego e a queda do rendimento em janeiro, ante dezembro do ano passado, não revertem a tendência de melhoria qualitativa do mercado de trabalho, segundo avalia o gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Conforme divulgou hoje o instituto, a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 9,3% em janeiro em relação aos 8,4% registrados no mês anterior. O rendimento médio real dos trabalhadores caiu 1,1% em janeiro na comparação com dezembro.

Segundo Azeredo, ambos os movimentos são sazonais, normais nessa época do ano, quando há demissões de trabalhadores temporários contratados para as festas de fim de ano e não há comissões e benefícios, como ocorre em dezembro. Ele explica que, mesmo que o rendimento apurado pelo IBGE seja o habitualmente recebido, sem inclusão de bônus temporários, o forte movimento de pagamento de benefícios no final do ano não é totalmente excluído na contabilidade dos rendimentos de dezembro e janeiro.

?Ao longo do segundo semestre há inserção de trabalhadores temporários no mercado de trabalho para o final do ano, e grande parte é dispensada em janeiro e parte em fevereiro e março?, disse Azeredo. Ainda segundo ele, ?embora o mercado de trabalho, em termos quantitativos, esteja bem próximo a 2006, persiste uma melhora qualitativa?, disse.

O gerente da pesquisa observa que, como o efeito sazonal é muito forte nos dados de janeiro comparativamente a dezembro, a maneira mais adequada de avaliar o mercado de trabalho no primeiro mês do ano é confrontá-lo com igual mês do ano anterior. Nessa comparação, a taxa de desemprego ?não apresentou variação estatisticamente significativa? – havia sido de 9,2% em janeiro de 2006 – e o rendimento aumentou 4,7%. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada, que recuou 0,8% em janeiro ante dezembro, cresceu 4,1% em relação a janeiro de 2006.