A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em julho foi 4,61%, 11% menor que o índice de junho (5,18%), conforme a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem. O levantamento aponta que o número de desempregados passou de 62 mil para 55 mil pessoas.

A retração na taxa de desemprego foi considerada atípica para o mês de julho pelo diretor-presidente do Ipardes, Paulo Mello Garcias. “Olhando a série histórica, o normal seria manter o nível de junho”, comentou. “A queda em julho é um fenômeno momentâneo. Possivelmente a taxa de agosto será maior”, acentuou Garcias.

Segundo ele, a diminuição da população desocupada é reflexo de dois fatores: aumento de 0,4% da população ocupada (que passou de 1,138 milhão para 1,143 milhão de junho para julho) e de 2,1% nos inativos. A população não economicamente ativa – que compreende aposentados, donas-de-casa, estudantes e pessoas que não procuraram emprego nos últimos 30 dias-saltou de 726 mil para 741 mil. O presidente do Ipardes admite que o crescimento dos inativos é fruto do cansaço das pessoas que não conseguem colocação no mercado e desistem de buscar emprego.

O índice de desocupação da RMC continua o menor entre as sete regiões metropolitanas onde o IBGE realiza a PME. Nas outras seis capitais, a média de julho foi 7,5%. A maior taxa foi registrada em Porto Alegre (9,4%), seguida de São Paulo (8,9%), Salvador (7,7%), Recife (6,6) e Rio de Janeiro (5,8%). Nos primeiros sete meses de 2002, a taxa média de desemprego na RMC foi 5%, contra 6,1% no mesmo período do ano passado.

Em Curitiba, o tempo médio de procura por emprego em julho foi de 21,42 semanas, enquanto no Brasil, a média ficou em 24,2 semanas. “A tendência é as pessoas de melhor qualificação conseguirem colocação mais rapidamente, mas atividades mais simples, como pedreiro, também encontram vaga em menor tempo porque a rotatividade é maior”, relata Garcias.

Indicadores

Devido à redução na quantidade de pessoas procurando emprego, a taxa de atividade (relação entre a população economicamente ativa e a população em idade ativa) caiu na RMC, passando de 63,92% para 61,76%. Mesmo assim, é a maior entre as áreas pesquisadas, seguida por Porto Alegre (59,6%). A população economicamente ativa da Grande Curitiba diminuiu 0,2%, de 1,2 milhão de pessoas para 1,198 milhão. A RMC detém também a maior proporção de trabalhadores com carteira assinada do País (50,99%), seguida de Porto Alegre (47,8%) e São Paulo (47,1%).

Os setores que aumentaram a ocupação na RMC em julho foram: outras atividades (agricultura, silvicultura e extrativismo mineral), com acréscimo de 8 mil vagas; comércio e serviços, cada um abrindo 3 mil empregos. Foram eliminados 6 mil postos na indústria de transformação e 3 mil na construção civil.

No comparativo dos últimos doze meses, o setor de serviços foi o grande gerador de empregos na RMC, com saldo de 17 mil vagas, enquanto houve reduções de 11 mil empregos na indústria de transformação, 4 mil na construção civil e 4 mil no comércio. O saldo positivo em serviços se deve à expansão de ensino (9 mil), serviços médicos, odontológicos e veterinários (8 mil), transportes (7 mil), serviços domiciliares (5 mil) e serviços pessoais (4 mil).

Renda menor

Em relação ao rendimento médio, Curitiba (R$ 736,27) passou para quarta posição em junho, atrás de São Paulo (R$ 960), Rio de Janeiro e Porto Alegre (ambos com R$ 760) e da média brasileira (R$ 800). De maio para junho, o salário dos ocupados na capital paranaense caiu 0,3%. Em um ano, a queda real chega a 8%. “A economia brasileira não está estagnada, mas está crescendo pouco”, argumenta Garcias.

Pesquisa muda em 2003

Olavo Pesch

A partir de janeiro de 2003, a PME de Curitiba passará a ser divulgada sob nova metodologia. O novo questionário do IBGE vem sendo coletado desde outubro de 2001 em paralelo ao da pesquisa atual, com o objetivo de acompanhar os efeitos das modificações introduzidas. “Vai ser bom, porque a nova pesquisa terá um detalhamento melhor do mercado de trabalho”, comentou o diretor-presidente do Ipardes, Paulo Mello Garcias, sem detalhar as mudanças. Porém a inclusão dos dados da capital paranaense na média nacional ainda dependem de acerto com o IBGE, informou. Atualmente, o governo do Paraná financia a pesquisa e os técnicos do IBGE, no Rio de Janeiro, fazem a tabulação.

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