A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12% no trimestre encerrado em dezembro de 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A taxa de desemprego é a maior da série histórica (2012) e ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,60% e 12,10%, com mediana de 11,90%.

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Em igual período de 2015, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 9,0%. No trimestre encerrado em novembro de 2016, o resultado ficou em 11,9%.

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A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.043,00 no trimestre até dezembro de 2016. O resultado representa alta de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 180 bilhões no trimestre até dezembro, o que representa estabilidade ante igual período do ano anterior.

Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produzia informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Nível recorde

O País registrou nível recorde de desempregados no final do ano, um total de 12,342 milhões de pessoas em busca de uma vaga no trimestre encerrado em dezembro, dentro da série histórica da Pnad Contínua.

O resultado significa que há mais 3,269 milhões de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 36,0%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 2,1% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 1,983 milhão de postos de trabalho.

Como consequência, a taxa de desemprego passou de 11,9% no trimestre até novembro para 12,0% no trimestre até dezembro, também a mais alta já registrada na série histórica da pesquisa. A taxa média de desemprego no ano de 2016 foi de 11,5%, ante uma média de 8,5% em 2015.

A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 907 mil brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 1,4% no trimestre encerrado em dezembro ante o mesmo período de 2015.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, atentou para o salto no total de desempregados desde o início da crise econômica, em 2014. “O avanço no número de pessoas em busca de uma vaga foi de 74,4% entre 2014 e 2016”, disse Azeredo.

Carteira assinada

O mercado de trabalho no País perdeu 1,398 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 3,9% no trimestre encerrado em dezembro de 2016, ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pnad Contínua.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 4,8%, com 481 mil empregados a mais. O total de empregadores aumentou também 4,8% ante o trimestre encerrado em dezembro de 2015, com 190 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria encolheu 3,4% no período, com 784 mil pessoas a menos nessa condição.

Houve redução ainda de 170 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2,7% de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar também encolheu, -9,8%, com 229 mil ocupados a menos.