A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do País recuou em dezembro e fechou o ano abaixo dos dois dígitos, em 9,6%. Esse é o menor resultado desde o início da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em outubro de 2001. O número representa uma queda de 1 ponto percentual em relação aos 10,6% registrados em novembro e de 1,3 ponto na comparação com dezembro de 2003.
No ano, a taxa média de desemprego ficou em 11,5%. O resultado é menor que os 12,3% registrados em 2003. Apesar da melhora, a renda do trabalhador não acompanhou esse movimento e caiu 1,8% em relação a novembro. Na comparação com dezembro de 2003, teve alta 1,9%.
Mesmo com a queda no desemprego, o total de pessoas que procuram trabalho no País ainda é alto e chega a 2,1 milhões. Durante o ano passado, houve uma redução de 232 mil no número de pessoas desocupadas.
Contratações temporárias
Tradicionalmente, em dezembro o desemprego cai com o aumento das contratações temporárias. No mês anterior, a taxa de desemprego havia ficado estável, após dois meses seguidos de queda. A hipótese levantada pelo IBGE para justificar a estabilidade de novembro foi o baixo número de contratações no comércio.
O resultado de dezembro traz alívio à equipe econômica do governo, que havia prometido que a taxa atingiria o resultado histórico de apenas um dígito nesse mês. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, José Dirceu, haviam afirmado que o desemprego caminhava para menos de 10%.
Renda
A renda média real do trabalhador ficou em R$ 895,40. Das seis regiões pesquisadas, cinco apresentaram queda em relação a novembro: São Paulo (-2%), Rio de Janeiro (-1,4%), Porto Alegre (-2,7%), Belo Horizonte (-2,3%) e Recife (-2,6%). A exceção ficou por conta de Salvador, que apresentou variação positiva de 0,3%.
A redução no rendimento afetou principalmente os empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, que tiveram queda de 6,2%. Houve queda de 2,3% na renda dos trabalhadores autônomos. Os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado registraram leve retração de 0,3% na renda.
As atividades que registraram diminuição no rendimento em relação a novembro foram: indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (-1%); construção (-7,4%); serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (-1,4%); educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (-0,6%) e o grupamento de outros serviços, como alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais (-4,9%).