A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Curitiba em agosto foi de 5,15%, correspondendo a 63 mil desempregados, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a julho, houve crescimento de 11,7% no índice (4,61%) e de oito mil pessoas no contigente de desocupados na Grande Curitiba (que era de 55 mil pessoas).
Apesar da alta no indicador, a taxa média de desemprego nos oito primeiros meses de 2002 (5,01%) está menor que a do mesmo período do ano passado (6,1%). Pelo sexto mês consecutivo, a RMC fica com o menor índice entre as sete regiões metropolitanas onde o IBGE faz a pesquisa. No Rio de Janeiro, a taxa de desocupação foi de 5,3%. São Paulo registrou o maior percentual (8,9%). No mês passado, o desemprego na capital paranaense ficou abaixo da média nacional (7,3%), cujo cálculo não inclui a RMC.
Na avaliação do diretor-presidente do Ipardes, Paulo Mello Garcias, “o comportamento do mercado de trabalho da RMC tem se mantido relativamente estável”. A elevação da taxa de desemprego no último mês é reflexo do maior número de pessoas procurando colocação. A População em Idade Ativa (com 15 anos ou mais) teve ingresso de 12 mil pessoas, situando-se em 1,951 milhão. Houve ampliação de duas mil pessoas na População Economicamente Ativa, que totalizou 1,22 milhão, mas 10 mil pessoas saíram da População Não – Economicamente Ativa (estudantes, aposentados e donas-de-casa). Apesar das 14 mil contratações, responsáveis pela alta de 1,2% na população ocupada, 8 mil pessoas passaram para o grupo de desocupados.
Os setores que ampliaram vagas de julho para agosto foram: indústria de transformação (nove mil), comércio (oito mil) e serviços (dois mil). Na construção civil, houve eliminação de mil vagas e em outras atividades foram perdidos quatro mil postos. “Essa melhoria no emprego industrial provavelmente está relacionada com o aumento da atividade voltada aos produtos vendidos no final de ano, principalmente bens de consumo duráveis”, destaca Garcias.
“A tendência da taxa de desemprego em 2002 está abaixo de 2001, revela que realmente o mercado de trabalho está gerando mais empregos neste ano”, assinala Garcias. Em função das eleições, Dia das Crianças e Natal, o presidente do Ipardes acredita que os percentuais de desemprego podem cair até o final do ano, podendo chegar a 4% em dezembro. “A média do ano deve ficar entre 4,6% e 4,8%”, estima.
Mais emprego, salários menores
Se um por lado, a Grande Curitiba ostenta o menor nível de desemprego do País, os trabalhadores daqui ganham menos (R$ 734,17) que a média brasileira (R$ 800), de São Paulo (R$ 960), Rio de Janeiro (R$ 780) e Porto Alegre (R$ 760). De junho para julho, o rendimento real caiu 1,4% na RMC. Das 14 mil novas vagas abertas na RMC, 9 mil foram com carteira assinada. Com 51,14% dos ocupados registrados, a capital paranaense mantém a maior proporção do País. A Grande Curitiba continua com a maior taxa de atividade do Brasil (62,54%), superando São Paulo (59,5%) e a média nacional (57,2%).
